Paquistão e Afeganistão, governado pelo Talibã, anunciaram um cessar-fogo de 48 horas devido à crescente tensão na região. O anúncio foi feito na quarta-feira (15/10) pelo Ministério das Relações Exteriores do Paquistão.
De acordo com o comunicado da chancelaria paquistanesa, divulgado pela mídia oficial, a trégua foi solicitada pelo Talibã. Por outro lado, o grupo islâmico que controla Afeganistão desde 2021 afirma que o pedido de cessar-fogo veio e foi enfatizado pelo lado paquistanês.
O propósito da trégua é iniciar um diálogo para resolver a situação delicada que se agravou nos últimos dias. Desde a semana passada, tropas do Paquistão e do Afeganistão têm se envolvido em combates na fronteira comum entre as duas nações.
A crise atual teve início em 9 de setembro, quando a capital afegã, Cabul, sofreu bombardeios. Segundo o Talibã, as forças do Paquistão foram responsáveis por esses ataques.
Em retaliação, o grupo islâmico atacou instalações paquistanesas na fronteira, o que levou o Paquistão a realizar operações militares no Afeganistão. Essas ações resultaram na morte de mais de 200 combatentes do Talibã, conforme relatado pelas Forças Armadas do Paquistão.
O governo afegão informou que mais de 20 civis perderam a vida durante os confrontos, com cerca de 180 feridos. Enquanto isso, o lado do Paquistão confirmou o falecimento de 23 soldados até o momento.
A tensão entre essas duas nações se intensificou em 2021, quando o Talibã reassumiu o controle do Afeganistão. Desde então, o grupo tem sido acusado de apoiar membros do Tehrik-i-Taliban Pakistan (TPP), conhecido como o “Talibã paquistanês”, que atua no território paquistanês. Por essa razão, o Paquistão frequentemente é acusado de lançar ataques dentro do Afeganistão visando combater essa facção contrária ao seu governo.