O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o papa Leão XIV não virá a Belém (PA) para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), mas visitará o Brasil “no momento adequado”, depois que se reuniram nesta segunda-feira (13/10), no Vaticano.
“Eu convidei o papa para a COP30, por conta da importância histórica de termos a Conferência do Clima pela primeira vez no coração da Amazônia. Por causa do Jubileu [ano especial de renovação espiritual da Igreja Católica a cada 25 anos], ele disse que não poderá comparecer, mas assegurou que o Vaticano será representado em Belém”, declarou o presidente em sua rede social X.
Este foi o primeiro encontro entre eles desde a eleição de Robert Prevost, um norte-americano, em maio, e a terceira vez que Lula foi recebido como presidente por um papa no Vaticano. Antes, esteve com Bento 16, em 2008, e com Francisco, em 2023. Como presidente, também participou dos funerais de João Paulo 2º, em 2005, e de Francisco, em abril.
“Estamos muito contentes em saber que sua santidade deseja visitar o Brasil no momento certo. Será muito bem-vindo, com o carinho, a receptividade e a fé do povo brasileiro”, afirmou.
Lula também elogiou o papa por sua primeira exortação apostólica, que trata da pobreza, afirmando: “Não podemos separar a fé do amor pelos mais necessitados”.
“Disse a ele que precisamos criar um grande movimento contra a desigualdade e vejo este documento como uma referência que todos devem ler e colocar em prática”, completou.
A segurança alimentar está no centro da agenda de Lula na Itália. O presidente chegou a Roma no domingo para participar da abertura do Fórum Mundial da Alimentação 2025, principal evento anual da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
A visita também celebra os 80 anos da FAO, pouco tempo após o Brasil anunciar sua saída do Mapa da Fome.
Lula viajou acompanhado pela primeira-dama, Janja da Silva, e pelos ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira; de Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias; e de Desenvolvimento Agrícola, Paulo Teixeira, entre outras autoridades.
No evento da FAO, o presidente defendeu que combater a pobreza é o melhor estímulo para a economia e que programas de ajuste fiscal não devem se sobrepor aos desafios reais que a humanidade enfrenta.