O Vaticano acolheu uma fusão entre o cinema e a espiritualidade neste sábado (15/11), quando Papa Leão XIV recebeu mais de cem atores, diretores e produtores no Palácio Apostólico. O evento, que buscou estreitar a relação da Igreja com o universo cinematográfico, contou com a presença de nomes como Cate Blanchett, Spike Lee, Viggo Mortensen, Alison Brie, Monica Bellucci, Dario Argento e Matteo Garrone.
Ao final da audiência privada, um presente inusitado foi entregue ao pontífice: uma camisa personalizada do New York Knicks, dado pelo renomado diretor e roteirista Spike Lee, grande fã do time. O uniforme trazia o número 14, em referência ao fato de Leão ser o 14º papa com este nome, e seu nome estampado nas costas.
“Narradores da esperança”
Durante o encontro, o papa, de 70 anos, exaltou o poder do cinema como forma de iluminar e inspirar as pessoas. “Quando a luz mágica do cinema dissipa a escuridão, ela também desperta o olhar da alma”, disse o pontífice, chamando os cineastas de “narradores da esperança e mensageiros da humanidade”. Ele pediu que os artistas utilizem suas histórias para enfrentar o sofrimento global e estimular a empatia.
“A Igreja valoriza vocês pelo trabalho que realizam com a luz e o tempo, com os rostos e os cenários, com as palavras e o silêncio”, afirmou o papa.
O Vaticano afirmou que o encontro teve o propósito de “fortalecer o diálogo com o meio cinematográfico” e examinar como a criatividade pode contribuir para a missão da Igreja, em um momento de declínio do interesse religioso no mundo.
Reação dos presentes
Cate Blanchett qualificou o discurso como “fortemente pertinente”. “Gostaria que os responsáveis pela cultura em todo o mundo prestassem atenção”, disse a atriz. “Ele falou sobre compaixão e o comprometimento com as questões do mundo.”
Além dela, participaram o ator Adam Scott, o italiano Sergio Castellitto — que interpretou o cardeal Tedesco no filme Conclave — e Monica Bellucci, que interpretou Maria Madalena em A Paixão de Cristo, de Mel Gibson.
No seu pronunciamento, o papa expressou preocupação com o “alarme causado pelo fechamento progressivo dos cinemas”, que estão desaparecendo das áreas urbanas. Ele solicitou que as instituições trabalhem juntas para proteger o valor cultural destas salas, pedido esse que foi recebido com aplausos pelos presentes.
