O Papa Leão XIV dedicou uma homenagem neste domingo (14/9) à missionária norte-americana Dorothy Stang, que foi assassinada em 2005, em Anapu, no sudoeste do Pará, devido à sua defesa da Amazônia.
A cerimônia, realizada na Basílica de São Paulo Fora dos Muros em Roma, foi uma homenagem aos “novos mártires e testemunhas da fé” do século XXI, e destacou a memória de Dorothy Stang.
O pontífice destacou a força e fé da missionária empenhada na causa dos trabalhadores sem-terra na Amazônia. Quando questionada pelos seus executores se portava alguma arma, Dorothy mostrou sua Bíblia, afirmando que era sua única proteção. O Papa finalizou sua declaração dizendo que não podem esquecer seu exemplo e desejam manter sua memória viva.
Assassinato de Dorothy Stang
Dorothy Stang, que viveu quatro décadas no Brasil, era uma ativista reconhecida pelos seus esforços na defesa das comunidades rurais e assentamentos sustentáveis na Amazônia.
Ela estava marcada para ser morta anos antes do atentado, sendo alvo repetido de ameaças por parte de fazendeiros e madeireiros da região. Apesar de ter registrado essas ameaças às autoridades, nunca recebeu proteção adequada.
No dia do assassinato, o responsável infiltrou-se entre os trabalhadores sob liderança de Dorothy, acompanhando-a por uma trilha na floresta, a cerca de 50 quilômetros do centro do município, dialogando brevemente antes de sacar a arma e disparar contra ela.
O assassino, identificado por vários presentes, fugiu após o crime, mas foi capturado e condenado. As investigações apontam que a morte foi ordenada por dois fazendeiros locais.