Polêmica abre discussão sobre usar símbolos de outras culturas no Carnaval
Paolla Oliveira, 35 anos, recebeu críticas de internautas após divulgar uma foto, no seu Instagram, em que aparece vestida com uma fantasia de índia para um baile de Carnaval. A polêmica acontece em meio a uma campanha contra fantasias de índios divulgada nas redes sociais pela ativista indígena Katú, que criou a hashtag #índionãoéfantasia.
“Cocar não é seu acessório de modinha, cocar é sagrado, é resistência. Podem chorar, podem ser ignorantes. Quem decide se é errado somos nós e não vocês”, escreveu Katú no Facebook.
https://www.instagram.com/p/Be9SVR4B2Px/?utm_source=ig_embed
Se você se preocupa com o tema da apropriação cultural, fique atenta a esses itens:
Religião
Os participantes da umbanda e do candomblé são muito perseguidos por causa de suas práticas religiosas, consideradas “erradas” por outros grupos. Por isso, usar os símbolos pertencentes à essa cultura como forma de fantasia pode ser desrespeitoso para quem frequenta tais religiões. O mesmo vale para ciganos, indianos, muçulmanos etc.
Cultura afro
Não é incomum encontrar pessoas vestidas da famosa “Nega Maluca“, com uma peruca de blackpower, seios e bumbum postiços, fazendo uma alusão ao corpo da mulher negra, e, até, pintar a pele com tinta preta.
Tal prática é chamada de blackface: expressão criada no século 19, quando pessoas negras não podiam participar de peças teatrais e seus personagens eram representados por pessoas brancas, que pintavam os rostos com carvão e passavam batom vermelho para caracterizar, de forma depreciativa.
Cultura indígena
Nas tribos, o cocar é de uso apenas para ocasiões especiais. É conquistado por meio de atos de coragem, e as penas significam cada ato. Além disso, é também uma marca que remete ao respeito, porque nunca poderia ser usado sem o consentimento dos líderes da tribo. Já as pinturas corporais têm sentidos diversos, não somente na vaidade, mas pelos valores que são considerados e transmitidos através delas.
Cultura japonesa
Fantasias de gueixas e samurais, que são extremamente respeitados pela cultura japonesa. Pintar o rosto com tinta amarela e usar acessórios para deixar os olhos puxados é considerado yellowface: quando uma pessoa que não possui características asiáticas usa maquiagens para “fingir” que faz parte de tal cultura.