Enquanto tentam obter alimentos na Faixa de Gaza, palestinos estão sendo feridos gravemente. Essa grave acusação consta em um relatório recente dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), divulgado na quarta-feira (7/8).
O documento, intitulado “Isto não é ajuda. É um assassinato orquestrado”, critica a entrega da ajuda humanitária no território palestino pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), uma entidade criada pelo governo israelense e operada em parceria com os Estados Unidos.
De acordo com o relatório, após o governo de Israel bloquear a entrega de alimentos na região sob a liderança da Organização das Nações Unidas (ONU), os palestinos enfrentam insegurança e humilhação ao tentar receber ajuda humanitária.
Os pontos de distribuição de alimentos, segundo o MSF, estão situados em áreas militarizadas da Faixa de Gaza. Nesses locais, as pessoas são atingidas por munição real — modo indiscriminado e letal usado para controlar multidões.
Por esse motivo, os Médicos Sem Fronteiras exigiram o fechamento dos centros de distribuição da GHF. Pedido semelhante já foi feito pelo Escritório de Direitos Humanos da ONU.
Após a repercussão internacional, o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu autorizou a entrada gradual e monitorada de mercadorias na Faixa de Gaza, por meio de comerciantes locais.
Mortes associadas à fome
Dados do Ministério da Saúde de Gaza mostram que, desde que a GHF começou a distribuir alimentos na região, mais de 1,5 mil pessoas foram mortas por forças ligadas a Israel.
Além das fatalidades causadas pelos confrontos, muitos palestinos têm morrido em decorrência da escassez de alimentos. Até agora, 193 pessoas faleceram devido à fome ou à desnutrição na Faixa de Gaza.