A Liga dos Estados Árabes e a Organização da Cooperação Islâmica, representando 15 países, emitiram uma declaração nesta quinta-feira (23/10) denunciando a recente aprovação no Parlamento de Israel relacionada à anexação da Cisjordânia e à legalização de assentamentos israelenses.
Os membros da Knesset votaram a favor de dois projetos de lei que pretendem estabelecer a “soberania israelense” sobre a Cisjordânia ocupada e sobre assentamentos considerados ilegais por grande parte da comunidade internacional.
Desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel mantém controle sobre áreas da Cisjordânia, utilizando tanto força militar quanto assentamentos que são amplamente considerados ilegais sob o direito internacional.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, ao reassumir o governo em 2022, prioritizou a expansão da ocupação e dos assentamentos na Cisjordânia. Contudo, a volta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que declarou oposição à anexação, impôs considerável pressão sobre Netanyahu internamente.
A votação de quarta-feira (22/10) foi apertada, com 25 votos a favor e 24 contra.
Os 15 países ressaltaram que as medidas aprovadas violam flagrantemente o direito internacional e resoluções da ONU, especialmente a Resolução 2334, que condena ações israelenses que alterem a composição demográfica da região.
A declaração oficial destaca que Israel não detém soberania legítima sobre os territórios palestinos ocupados e adverte contra a continuação das políticas unilaterais e ilegais adotadas, pedindo que a comunidade internacional assuma suas responsabilidades legais e morais para pressionar Israel a interromper essa escalada perigosa.
Donald Trump e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, manifestaram preocupações sobre como essas ações podem comprometer a trégua delicada em Gaza. Durante a visita do vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, a Israel, que visa fortalecer o cessar-fogo entre Israel e o Hamas, estas tensões se mostram particularmente sensíveis.