João de Assis da Silva Matos, motorista de ônibus de 50 anos, lamenta a morte do seu filho João Gabriel Matos da Silva, universitário de 20 anos, que foi baleado por um policial civil no Recanto das Emas em 14 de agosto. Segundo ele, o filho não teve chance de ser abordado antes do disparo.
“Atiraram pelas costas e atingiram o jovem que estava na garupa da motocicleta. Infelizmente, meu filho faleceu”, relatou João de Assis. O adolescente que estava na garupa foi ferido no braço e teve alta hospitalar no dia seguinte ao ocorrido.
João de Assis acredita que o policial civil quis matar seu filho, já que não prestou socorro nem acionou os bombeiros. “Eles alegam que foi um acidente, mas não concordo. Um profissional treinado não erra um disparo nesta situação”, afirmou.
Ele acrescentou que o policial teve um treinamento específico e que o fato não foi uma fatalidade ou erro, mas sim uma ação premeditada. Ressaltou ainda que seu filho não tinha envolvimento com crime algum.
De acordo com João de Assis, um conhecido do jovem tentou ajudar, mas foi impedido pelos policiais civis. “O amigo tentou socorrer dizendo: ‘Biel, respira!’, mas os policiais mandaram afastar e afirmaram que, se tivesse que morrer, ele morreria”, contou.
João Gabriel era apaixonado por motocicletas e estudante de Tecnologia da Informação. A família está preocupada com a investigação conduzida pela Polícia Civil do Distrito Federal, que suspeita que provas possam ser manipuladas, dado que o caso envolve um policial civil.
A família busca justiça e espera que o responsável pelo disparo responda pelos seus atos. João de Assis destacou que não fará justiça pelas próprias mãos, mas acredita na justiça divina.
A tia e madrinha do universitário, Ivoneide Matos, afirmou que João Gabriel estava numa velocidade reduzida e iria parar quando os policiais mandaram parar. Segundo ela, os policiais não estavam identificados e já observavam o jovem antes do ocorrido. Testemunhas relataram que o jovem não estava fugindo e que o policial atirou pelas costas sem necessidade.
O veículo de João Gabriel estava regularizado, e a versão de que o jovem tentou fugir foi refutada pela família.
A Polícia Civil, pelo órgão Corregedoria Geral de Polícia do Distrito Federal, informou que está acompanhando o caso e abriu inquérito para investigação rigorosa do ocorrido.
O incidente ocorreu na Quadra 509 do Recanto das Emas, quando um policial civil desconfiou dos dois ocupantes da moto e tentou efetuar uma abordagem. Dois disparos foram feitos pela arma do policial, um atingindo João Gabriel e outro atingindo o adolescente que estava na garupa. O jovem universitário morreu no local.