O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recebeu autorização na última quinta-feira (18/9) para viajar aos Estados Unidos com o objetivo de acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em compromissos oficiais em Nova York, entre os dias 22 e 24 de setembro. Contudo, essa autorização vem com limitações significativas.
Padilha poderá se deslocar apenas entre o hotel onde estará hospedado, a sede da ONU e representações diplomáticas brasileiras, restringindo sua circulação a um raio de até cinco quarteirões ao redor do hotel.
O visto do ministro estava expirado desde 2024, mas ele realizou o pedido de renovação em 18 de agosto. Sua autorização para entrada foi a última a ser concedida dentre os membros da comitiva presidencial. A viagem ocorre em um contexto de aumento nas tensões entre o Brasil e os Estados Unidos, especialmente após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Está previsto que Padilha participe tanto da Assembleia Geral da ONU, onde Lula fará o discurso de abertura, quanto da conferência internacional promovida pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Em agosto, os Estados Unidos cancelaram os vistos da esposa e da filha de 10 anos do ministro. Antes disso, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, também enfrentou atrasos na obtenção do visto, que foi suspenso pelo Departamento de Estado americano.
Declaração de Padilha
Em um evento no ministério na terça-feira (16/9), Padilha demonstrou desinteresse quanto à questão do visto. Ele afirmou: “Esse negócio do visto é igual aquela música: ‘Tô nem aí’. Vocês estão mais preocupados com o visto do que eu”.
Além disso, o chefe da pasta declinou de decidir se viajará aos EUA, explicando que está concentrado nas negociações para aprovar a medida provisória que institui o Programa Agora Tem Especialistas. Caso a votação não ocorra até o dia 26, o texto perderá a validade.
“Só se preocupa com isso quem deseja ir para os Estados Unidos. Eu não busco ir para lá. A preocupação vem daqueles que desejam deixar o Brasil ou agir contra os interesses nacionais, como alguns têm feito. Portanto, eu me mantenho focado na aprovação da medida no Congresso Nacional e não estou preocupado com a questão do visto”, concluiu o ministro.