Alexandre Padilha, ministro da Saúde, criticou a decisão dos Estados Unidos de impor restrições ao seu visto, o que o impediu de comparecer pessoalmente a um evento da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em Washington. Ele participou por videoconferência do 62º Conselho Diretor da entidade, que reúne autoridades de saúde das Américas.
Padilha destacou que essas barreiras não impedirão o Brasil de compartilhar suas ideias e cooperação. “Podem impor tarifas abusivas, mas não vão impedir nossa vocação para a cooperação entre os povos das Américas.”
Críticas ao negacionismo
O ministro atacou o negacionismo, especialmente quando impulsionado por líderes, citando a pandemia da covid-19 como exemplo, que resultou em milhares de mortes e enfraqueceu a união entre as nações.
Ele também ressaltou a importância de recursos para pesquisas em imunização e criticou cortes em programas de vacinação e pesquisa, que considera retrocessos perigosos para a ciência e para a vida.
Padilha já havia criticado o governo de Donald Trump por cortar fundos para pesquisa de vacinas.
Compromisso com a saúde e ciência
O Brasil pretende aumentar sua participação para garantir produtos mais acessíveis para todos os países das Américas. Padilha defende a construção de pontes e não barreiras, reiterando o apoio às vacinas, ciência e sistemas públicos de saúde.
O ministro destacou o aumento da cobertura vacinal no país após seis anos de queda e criticou posições que negam os impactos das mudanças climáticas na saúde, defendendo a adaptação dos sistemas de saúde frente aos riscos ambientais.
Cooperação internacional e políticas públicas internas
Padilha afirmou que o Brasil mantém suas portas abertas para a ciência e inovação, incentivando a cooperação para produção de vacinas e medicamentos, especialmente com tecnologias como a vacina de RNA mensageiro.
Internamente, destacou o programa Mais Médicos, que duplicou sua atuação, levando profissionais principalmente às áreas mais pobres, e o programa Agora Tem Especialistas, que visa reduzir filas para consultas, exames e cirurgias no Sistema Único de Saúde (SUS).
Ele lembrou ainda que o Brasil entregou à Opas um relatório mostrando a redução da transmissão vertical do HIV e uma queda de 75% nas mortes causadas pela dengue neste ano.