Duas comissões da Câmara dos Deputados discutiram a necessidade de revisão dos protocolos de tratamento para a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) em uma sessão realizada nesta quarta-feira (17).
De acordo com um estudo global de 2019, as doenças respiratórias crônicas representam a terceira maior causa de morte no mundo, afetando cerca de 445 milhões de indivíduos, principalmente pessoas acima de 60 anos. No Brasil, estima-se que sete milhões de pessoas sofrem com a DPOC, conforme dados da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.
Roberto Stirbulov, pneumologista e representante da sociedade médica, destacou que os sintomas principais da DPOC incluem tosse persistente e falta de ar, frequentemente acompanhados por problemas associados como depressão, doenças cardíacas, osteoporose, diabetes e disfunções musculares. O tabagismo foi apontado como o principal fator de risco para a doença. O especialista ressaltou a importância de prevenir crises repentinas, chamadas de exacerbações, que podem levar à morte e agravar problemas associados.
O diagnóstico da DPOC é feito por meio da espirometria, exame que mede a função pulmonar. O tratamento recomendado envolve cessação do tabagismo, prática regular de exercícios físicos, reabilitação pulmonar, oxigenoterapia e uso de medicamentos.
Novas opções de tratamento
Durante o debate foi enfatizado que os protocolos aprovados há quase dois anos já estão ultrapassados, pois novas terapias vêm surgindo. É essencial que, além da disponibilização dos tratamentos aprovados, haja atenção às inovações que estão por vir.
Soraya solicitou que o Ministério da Saúde atualize o protocolo e que a Agência Nacional de Saúde Suplementar permita o uso dessas terapias nos planos de saúde. Ela compartilhou a experiência pessoal com seu pai, que tem 86 anos e convive com as limitações impostas pela DPOC há mais de dez anos.
Leonardo Pitta, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia no Distrito Federal, destacou a importância da prevenção, lembrando que o custo das internações por DPOC em idosos acima de 80 anos é cinco vezes maior do que em adultos mais jovens.
Este debate foi solicitado pela deputada Flávia Morais (PDT-GO), que enfatizou a urgência da atualização para oferecer melhor qualidade de vida aos pacientes.
