20.5 C
Brasília
sexta-feira, 15/08/2025

Paciente com diabetes tipo 1 começa a produzir insulina após cirurgia inovadora

Brasília
céu limpo
20.5 ° C
20.5 °
18.1 °
62 %
1kmh
0 %
sex
29 °
sáb
28 °
dom
29 °
seg
31 °
ter
23 °

Em Brasília

Cientistas suecos alcançaram um feito inédito: conseguiram que um paciente com diabetes tipo 1 voltasse a produzir insulina sem precisar usar medicamentos imunossupressores. A pesquisa, publicada no New England Journal of Medicine em 4 de agosto, utilizou células-tronco pancreáticas geneticamente modificadas, aplicadas diretamente no músculo do antebraço do paciente.

O estudo, liderado por pesquisadores do Hospital Universitário de Uppsala, na Suécia, envolveu um homem de 42 anos que vive com diabetes tipo 1 há 37 anos. Após receber múltiplas injeções das células modificadas, o paciente mostrou uma produção constante de insulina, comprovada pela presença do C-peptídeo — um marcador da função pancreática — e resposta positiva a estímulos alimentares durante 12 semanas. Tudo isso ocorreu sem sinais de rejeição imunológica ou efeitos adversos graves.

O procedimento foi realizado sob anestesia geral, sem uso de imunossupressores, corticosteroides ou anti-inflamatórios, representando um avanço significativo em relação aos métodos tradicionais de transplante de ilhotas pancreáticas.

Durante o acompanhamento, as células editadas geneticamente permaneciam ativas, sem ativação de células T, produção de anticorpos ou citotoxicidade detectável. Ressonância magnética confirmou que o enxerto estava saudável e livre de inflamação. Embora o paciente ainda dependa de insulina exógena, ele recebeu apenas 7% da dose total necessária de células beta, sinalizando potencial para maior benefício.

O que é diabetes tipo 1?

A diabetes tipo 1 é uma doença autoimune crônica em que o corpo deixa de produzir insulina, hormônio fundamental para o controle dos níveis de açúcar no sangue. É mais comum em crianças e adolescentes, mas pode afetar pessoas de qualquer idade. No Brasil, a doença tem alta incidência, com aproximadamente 25,6 casos por 100 mil habitantes anualmente.

O tratamento tradicional envolve administração diária de insulina para evitar complicações sérias da doença.

Resultados do estudo

Os dados indicam que a hemoglobina glicada do paciente caiu cerca de 42%, demonstrando melhora significativa no controle da glicemia. O estudo registrou apenas quatro eventos adversos leves, nenhum relacionado diretamente ao transplante.

Este avanço indica que é possível transplantar células beta geneticamente protegidas contra rejeição, mantendo sua funcionalidade sem necessidade de imunossupressão sistêmica.

Esta descoberta abre uma nova perspectiva para a cura funcional da diabetes tipo 1, possibilitando mais qualidade de vida e redução dos efeitos colaterais associados ao tratamento atual.

Veja Também