O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), manifestou apoio ao líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA), após críticas recebidas por ter fechado um acordo para votação da Dosimetria sem o consenso do Planalto.
Em entrevista, Otto enalteceu o empenho do colega senador e destacou a ausência de suporte do governo nas negociações conduzidas. Acrescentou que seria um erro que Jaques Wagner deixasse a liderança do governo, ressaltando sua importância e confiança depositada pelo presidente.
Apesar das críticas da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que qualificou a condução de Wagner como erro, Otto pontuou que Gleisi não o procurou para debater essa ou qualquer outra pauta. Ele ressaltou a dificuldade enfrentada pelo líder em responder às demandas dos senadores dada a falta de estrutura adequada.
Jaques Wagner afirmou não ter arrependimentos sobre sua atuação e defendeu que respeitar a democracia é respeitar o resultado das votações, independentemente do contexto. Enfatizou sua tranquilidade e convicção na correção de suas ações durante o processo.
Otto Alencar também criticou a ausência dos líderes governistas no momento da votação, quando foram derrotados requerimentos para adiar a aprovação da Dosimetria. Destacou a falta de apoio para segurar a tramitação da matéria no plenário.
Em relação ao cenário político para 2026, Otto prevê um ano desafiador para o governo no Senado, devido ao desgaste natural do ano eleitoral. Além disso, comentou sobre a relação institucional mantida entre o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e o presidente Lula, ressaltando que há um distanciamento pessoal entre ambos.
Segundo Otto Alencar, apesar de manter contato com ambos os líderes e tentar promover diálogo, ele reconhece que não é possível forçar uma conversa direta entre eles, evidenciando a complexidade do atual momento político.

