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sábado, 23/08/2025

Oposição busca avançar na PEC das Prerrogativas em vez do fim do foro

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A oposição tem encontrado obstáculos para pautar a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 333/2017, que visa a extinção do foro especial em casos de crimes comuns. Por conta dessas dificuldades, há uma tentativa de priorizar a PEC 3/2021, conhecida como PEC das Prerrogativas ou da Blindagem, que trata das prerrogativas parlamentares.

Basicamente, a proposta protege os parlamentares de investigações criminais sem autorização do próprio Congresso.

O texto foi apresentado pelo deputado Celso Sabino (União-PA), que atualmente é ministro do Turismo. O projeto chegou a ir ao plenário em 2021, mas não ocorreu a votação.

Dificuldade de pautar leva oposição a mudar estratégia

  • A bancada bolsonarista na Câmara queria a aprovação da extinção do foro especial, que determina que congressistas sejam julgados pelo STF;
  • Diante da dificuldade de levar a votação adiante, os bolsonaristas passaram a apoiar a aprovação da PEC das Prerrogativas;
  • Essa proposta amplia a proteção, já que qualquer investigação só pode começar com autorização do próprio Congresso;
  • A pauta deve ser discutida na reunião de líderes marcada para a próxima terça-feira (26/8), com previsão de que siga para o plenário.

Essa proposta foi apresentada no contexto da prisão do deputado Daniel Silveira, condenado pelo STF em abril de 2022 a mais de oito anos de prisão e multa por crimes graves contra o exercício dos poderes da União e coação no curso do processo.

A PEC estabelece que parlamentares não podem ser afastados do mandato por decisão judicial e que, se presos em flagrante por crime inafiançável, permanecem sob responsabilidade das suas Casas até decisão do plenário sobre a manutenção da prisão.

Sinalização e possíveis desdobramentos

Na última reunião de líderes, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), indicou que a pauta pode ir ao plenário na próxima semana. A decisão definitiva será tomada na reunião de líderes de terça (26/8).

Se a proposta for levada ao plenário, a aprovação é quase certa, pois o texto é relatado pelo deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG), do Centrão. Ele pretende alterar o texto para ampliar a imunidade parlamentar, aplicando-a a todas as declarações públicas dos congressistas, e não somente às feitas no plenário.

Hugo Motta também defende o texto. Em entrevista em 14 de agosto, destacou que muitos parlamentares são investigados por “crimes de opinião”, o que cria um ambiente propício para revisar essas prerrogativas.

Ele reconheceu que há um sentimento de insatisfação dos parlamentares com a atuação do Supremo Tribunal Federal. Líderes do Centrão e o presidente da Câmara veem que a aprovação da PEC do fim do foro poderia aumentar o desgaste institucional entre os Poderes, especialmente com o Supremo Tribunal Federal.

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