A Receita Federal (RF) e a Polícia Federal (PF) realizaram na manhã desta quinta-feira (11/12) a Operação Bonsack, que teve como objetivo desarticular uma organização criminosa envolvida na produção clandestina de cigarros nas proximidades de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
A investigação revelou uma instalação industrial irregular localizada em uma chácara no município de Viamão, onde cigarros de marcas paraguaias eram fabricados sem autorização legal.
Durante a apuração, foi constatado que o grupo criminoso utilizava uma rede de empresas fictícias para emissão de notas fiscais falsas, através das quais adquiriam insumos e fumo processado proveniente do Vale do Rio Pardo, maior região produtora de tabaco do país.
As entidades investigadas movimentaram aproximadamente R$ 50 milhões no período analisado.
Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em várias cidades, incluindo Porto Alegre, Viamão, Alvorada, Santa Cruz do Sul e Vera Cruz. Também foram efetuadas cinco prisões temporárias de membros da quadrilha.
A operação resultou na apreensão de equipamentos utilizados na fabricação dos cigarros, que serão destruídos pelas autoridades.
Além da fábrica encontrada na zona rural, foram identificados dois galpões para estocagem do produto e uma empresa de transporte associada ao esquema. A investigação aponta que estrangeiros, incluindo trabalhadores recrutados para executar tarefas na produção, estavam empregados na estrutura ilegal.
A fabricação e venda não autorizadas de cigarros configuram crimes e infrações administrativas. Conforme a legislação vigente, a produção de tabaco só pode ser realizada por empresas devidamente registradas na Receita Federal.
Os responsáveis pela operação ilegal poderão ser investigados por crimes como lavagem de dinheiro, fabricação de produtos nocivos à saúde, comercialização de bens impróprios para consumo, sonegação fiscal, organização criminosa e exploração de trabalho em condições análogas à escravidão.

