A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) manteve suas previsões de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil nos anos de 2025 e 2026, estimando um aumento de 2,3% em 2025 e de 2,5% em 2026.
Porém, a organização destacou que as tarifas americanas de 50% sobre exportações brasileiras criam um risco de desaceleração para o crescimento econômico do país, conforme relatório divulgado em 12 de junho. Essas exportações para os Estados Unidos representam aproximadamente 2% do PIB brasileiro. A queda na demanda pode reduzir o crescimento em até 0,4 ponto percentual no curto prazo.
A Opep acredita que o Brasil pode amenizar esse impacto por meio de negociações comerciais ou redirecionando as exportações para outros mercados, especialmente de commodities como produtos agrícolas, metais e combustíveis, que compõem mais da metade do comércio com os EUA.
Se não houver acordo entre os dois países, as tarifas podem prejudicar o crescimento no segundo semestre de 2025. Para 2026, os principais fatores de incerteza incluem desdobramentos fiscais, o efeito retardado das políticas monetárias restritivas e a política comercial americana, que também pode afetar o desempenho econômico do Brasil.
A inflação deve permanecer elevada em torno de 5% em 2024, impulsionada pela desvalorização da moeda, aumento nos preços de serviços e crescimento dos salários reais. Em resposta, o banco central provavelmente manterá uma política monetária rigorosa e pode até apertá-la para controlar as expectativas, mesmo com risco de ultrapassar a meta de inflação.
Estadão Conteúdo