Após três anos dominando o mercado, a OpenAI agora encontra forte concorrência e enfrenta dúvidas sobre seu futuro no setor de tecnologia.
Michael Burry, investidor conhecido pelo filme “A Grande Aposta”, comentou em dezembro que a OpenAI pode estar no caminho do Netscape, que perdeu grande parte do mercado de navegadores da web em poucos anos.
Gary Marcus, pesquisador cético sobre inteligência artificial, acredita que a OpenAI perdeu sua vantagem ao tentar alcançar todos os segmentos do mercado.
A OpenAI é reconhecida por ter popularizado a inteligência artificial generativa, especialmente com seu chatbot ChatGPT, que atingiu mais de 800 milhões de usuários semanais desde seu lançamento em novembro de 2022.
Apesar de uma valorização que chegou a 500 bilhões de dólares, a empresa enfrenta prejuízos bilionários e não deve ser rentável antes de 2029.
A companhia tem compromissos financeiros enormes, incluindo mais de 1,4 trilhão de dólares para ampliar a infraestrutura tecnológica essencial ao desenvolvimento da IA.
O mercado também observa os avanços de concorrentes como a Google, que reporta 650 milhões de usuários em sua interface de IA, Gemini.
– Visão da liderança –
Sam Altman, CEO da OpenAI, demonstrou preocupação com o ambiente econômico e a competição, alertando equipes para focar no desenvolvimento do ChatGPT.
A OpenAI lançou recentemente o modelo GPT-5.2, um dos melhores em desempenho, e anunciou uma parceria importante com a Disney.
Ashu Garg, sócio da Foundation Capital, ressalta que embora a OpenAI invista muito em pesquisa, ainda não está claro como isso resultará em retorno econômico.
Espen Robak, especialista em avaliação de ativos, aponta que a valorização da OpenAI está alta, apesar dos desafios financeiros e da concorrência crescente.
Alguns analistas acreditam que a empresa pode atrasar sua oferta pública inicial, enquanto outros acham que pode avançar para captar recursos de pequenos investidores fascinados pela tecnologia.
Apesar de algumas críticas sobre a diversificação da OpenAI em áreas além da IA, poucos preveem seu fracasso iminente.
Angelo Zino, analista da CFRA, acredita que não haverá um único vencedor na corrida da IA, mas sim vários provedores de qualidade, incluindo a OpenAI, que pode continuar tendo sucesso mesmo sem ser líder absoluta.
A aliança com a Microsoft, que detém 27% da empresa, é um ponto forte, garantindo receitas estáveis e apoio estratégico importante.
Segundo Zino, todas as empresas do setor dividirão uma fatia crescente de mercado.
AFP
