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quarta-feira, 29/10/2025

ONU está chocada com mortes na grande operação no Rio

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A Organização das Nações Unidas (ONU) manifestou nesta terça-feira (28/10) profunda consternação diante da grande operação policial nas comunidades da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro. A ação, realizada para combater a facção criminosa Comando Vermelho, resultou em pelo menos 64 óbitos, incluindo quatro policiais, configurando-se como a operação com maior número de vítimas fatais na história do estado.

“Estamos chocados com esta ação policial nas favelas do Rio, que até o momento causou a morte de mais de 60 pessoas, entre elas 4 policiais. Essa operação reforça o padrão de consequências extremas e fatais das operações em comunidades vulneráveis no Brasil”, afirmou o Escritório de Direitos Humanos da ONU no X (antigo Twitter).

A organização internacional solicitou que as autoridades brasileiras conduzam investigações céleres e eficazes, ressaltando as responsabilidades do país segundo o direito internacional dos direitos humanos.

Megaoperação

A ofensiva reuniu cerca de 2.500 agentes de segurança e teve como objetivo cumprir 51 mandados de prisão contra membros do Comando Vermelho. A missão visava conter a expansão territorial da facção e capturar seus líderes envolvidos no tráfico de drogas.

Durante os confrontos, os criminosos reagiram com barricadas, uso de drones, bombas e disparos. Conforme as forças de segurança, 81 pessoas foram detidas e ao menos 75 fuzis apreendidos, revelando o vasto armamento da facção nas áreas ocupadas.

Quatro policiais perderam a vida durante a operação: Marcos Vinicius Cardoso Carvalho, 51 anos, conhecido como Máskara, chefe da 53ª Delegacia de Mesquita; Rodrigo Velloso Cabral, 34, da 39ª DP (Pavuna); e os policiais militares Cleiton Serafim Gonçalves e Herbert, ambos do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais).

A ação contou com o suporte do Ministério Público do Rio (MPRJ), por meio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI), Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Bope. O Gaeco denunciou 67 indivíduos por associação ao tráfico, além de três por práticas de tortura.

De acordo com o MPRJ, o Complexo da Penha, devido à sua proximidade com importantes vias, se tornou uma base estratégica para a expansão do Comando Vermelho. O grupo atua em comunidades cruciais, inclusive na zona oeste, como Gardênia Azul, César Maia e Juramento, áreas recentemente disputadas por milícias.

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