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quarta-feira, 27/08/2025

ONU diz que fome em Gaza é causada por ações humanas, sem apoio dos EUA

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Os membros do Conselho de Segurança da ONU, exceto os Estados Unidos, declararam na quarta-feira (27/8) que a fome na Faixa de Gaza é uma crise provocada por ações humanas e acusaram Israel de usar a escassez de alimentos como arma de guerra, violando o direito internacional humanitário.

Em declaração conjunta, 14 países, incluindo China, França e Reino Unido, pediram um cessar-fogo imediato e sem condições, a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas, a ampliação significativa da ajuda humanitária e a suspensão das restrições de Israel à entrada de suprimentos essenciais na região.

Catástrofe planejada segundo a ONU

Joyce Msuya, vice-chefe humanitária da ONU, afirmou que a fome já foi confirmada no centro-norte da Faixa de Gaza, incluindo a Cidade de Gaza, e estima-se que se espalhe para o sul até setembro.

“Mais de meio milhão de pessoas enfrentam fome, sofrimento e morte. Até o fim de setembro, esse número pode passar de 640 mil. Esta não é uma seca ou desastre natural, mas uma tragédia causada pelo conflito”, declarou.

A ONU alerta que ao menos 132 mil crianças menores de cinco anos estão em risco de desnutrição severa, com 43 mil podendo enfrentar condições de risco de vida nos próximos meses. O Ministério da Saúde em Gaza relatou 313 mortes relacionadas à fome, incluindo 119 crianças.

Resposta de Israel

O governo israelense rejeitou o relatório do sistema IPC (Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar), que confirmou a fome na área, com Eden Bar Tal, diretor-geral do Ministério das Relações Exteriores, chamando o documento de “profundamente falho e pouco profissional”.

Apesar disso, os membros do Conselho de Segurança reafirmaram seu apoio ao trabalho do IPC.

Apelos internacionais

Papa Leão XIV também se manifestou esta semana, pedindo um cessar-fogo imediato no Oriente Médio e destacando a necessidade de acabar com o conflito que tem causado terror, destruição e morte na Terra Santa.

Inger Ashing, chefe da ONG Save the Children, criticou as potências mundiais por sua inação, afirmando que a fome em Gaza é intencional e que as crianças estão sendo sistematicamente mortas pela falta de alimento.

Ela contou que nos centros de apoio, os desenhos das crianças passaram a mostrar apenas desejos de comida e até de morte, ao invés de sonhos de paz e educação.

Reação do Hamas

O Hamas saudou a posição do Conselho de Segurança, destacando que a declaração expõe os crimes da ocupação em Gaza e representa um consenso internacional contra o genocídio e a guerra de fome.

O grupo acusou os Estados Unidos de cumplicidade por rejeitar resoluções vinculativas e solicitou que os líderes israelenses sejam responsabilizados por crimes contra a humanidade.

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