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terça-feira, 18/11/2025




ONU começa esforços para aplicar plano de paz dos EUA em Gaza

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Em um dos mais importantes esforços diplomáticos desde o início do conflito há dois anos, o Conselho de Segurança da ONU aprovou o plano de paz apresentado pelos Estados Unidos para Gaza. Agora, inicia-se o desafio mais complexo: transformar essa decisão em ação concreta.

Nos próximos dias, será fundamental definir quem fará parte da força internacional que entrará na região, negociar o papel de Israel e Egito nessa missão, enfrentar a rejeição do Hamas e lidar com a crise política gerada em Israel pelo texto aprovado.

A aprovação, obtida com 13 votos favoráveis e abstenções relevantes da Rússia e da China, autoriza legalmente a criação de uma Força Internacional de Estabilização (ISF). Essa força terá como responsabilidades entrar em Gaza, desarmar grupos armados, proteger a população civil e assegurar corredores humanitários seguros.

O plano prevê também a formação de um governo provisório, supervisionado por um conselho de paz liderado pelo presidente Donald Trump, que ficará encarregado de coordenar técnicos palestinos e administrar a reconstrução da área.

O primeiro desafio diplomático envolve os Estados Unidos, que iniciarão conversas com países árabes e aliados para definir os integrantes da força e o comando unificado da ISF. Países como Indonésia e Azerbaijão, ambos de maioria muçulmana, já demonstraram interesse em contribuir com tropas.

Outro ponto delicado é negociar a retirada gradual de Israel de Gaza enquanto uma nova força policial palestina, sem vínculos com o Hamas, é formada para manter a segurança. O Banco Mundial também deve oficializar em breve um fundo para financiar a reconstrução do território.

Ao defender o plano no Conselho de Segurança, o embaixador dos EUA na ONU, Mike Waltz, qualificou Gaza como “um inferno na Terra” e descreveu a proposta como “uma tábua de salvação”, agradecendo aos países que ajudaram a moldar uma nova direção para a região.

Resistência do Hamas

O Hamas rejeitou prontamente o plano, considerando a resolução uma “ameaça perigosa” e um “controle internacional” sobre Gaza. O grupo rejeita o desarmamento e a entrada de forças estrangeiras, alegando que isso viola a soberania palestina.

Segundo o comunicado do grupo, a força internacional perde a neutralidade e passa a atuar em favor da ocupação, afirmando que a atuação da força internacional deveria se limitar a monitorar o cessar-fogo nas fronteiras.

Essa rejeição representa um obstáculo importante para o plano, principalmente para o desarmamento dos grupos armados e para a criação de um ambiente seguro para o início da reconstrução.

Reações em Israel

A resolução provocou também uma crise política em Israel. O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu enfrenta pressão interna após o Conselho de Segurança mencionar a possibilidade futura da criação de um Estado Palestino, ainda que não o defina como objetivo imediato.

Netanyahu afirmou que sua oposição à formação de um Estado Palestino permanece firme e inalterada, mesmo após ameaças de membros da coalizão governista de deixar o governo caso ele não se posicionasse contra o plano.

Paralelamente, a situação na Cisjordânia permanece tensa, com ataques de colonos israelenses, incluindo incêndios em residências palestinas, que dificultam qualquer tentativa de estabilização na região.




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