O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) realizou uma sessão voltada para discutir a situação crítica na Faixa de Gaza, na tarde de quarta-feira, 16 de julho. O conflito entre o movimento islâmico Hamas e Israel, iniciado em 7 de outubro de 2023, já dura 650 dias.
Falta de alimentos
Tom Fletcher, subsecretário-geral de Assuntos Humanitários, e Catherine Russell, diretora executiva do Fundo da ONU para a Infância (Unicef), participaram da reunião. Segundo Fletcher, a situação ultrapassou o estágio das palavras. Pessoas que buscam alimentos enfrentam o perigo constante de serem alvejad as, e algumas acabam morrendo enquanto tentam sustentar suas famílias. Hospitais de campanha estão sobrecarregados, e os profissionais de saúde diariamente testemunham os ferimentos causados por disparos contra a população.
Catherine Russell destacou que, nos últimos 21 meses de conflito, mais de 17 mil crianças perderam a vida e cerca de 33 mil ficaram feridas. A média diária é de 28 crianças mortas, o equivalente a um sala de aula cheia. Ela ressaltou a gravidade de uma sala de aula inteira ser dizimada a cada dia por dois anos consecutivos.
Crianças e mulheres em risco
A fome é um problema crescente na região. O coordenador humanitário da ONU alertou para níveis alarmantes de desnutrição entre crianças, que atingiram seu pico em junho, com mais de 5,8 mil menores diagnosticados com desnutrição aguda. Na semana anterior, mulheres e crianças foram vítimas fatais enquanto esperavam por alimentos.
O Hamas ainda mantém reféns, e há relatos de ataques contra profissionais humanitários. Essa situação ocorre em meio a um sistema de saúde colapsado. Dos 36 hospitais da região, apenas 17 continuam funcionando parcialmente, assim como 63 de 170 centros de saúde básicos. Muitas vítimas chegam diariamente, aumentando a pressão sobre os poucos serviços operantes.
Em algumas instituições, uma incubadora é compartilhada por até cinco bebês, evidenciando a falta de recursos. Aproximadamente 70% dos medicamentos essenciais estão em falta. O encontro foi solicitado por Reino Unido, França, Dinamarca e Eslovênia para discutir a resposta de Israel à crise humanitária em Gaza.