O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) está preocupado com a possibilidade de precisar pedir que distribuidoras de energia desliguem temporariamente pequenas usinas conectadas diretamente a suas redes, como Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), usinas de biomassa, eólicas e solares de pequeno porte, no dia 25 de dezembro, Natal.
Os técnicos do ONS emitiram um “sinal amarelo”, que significa estado de atenção, indicando que essa ação pode ser necessária. A decisão final será anunciada apenas no dia 24 de dezembro.
Esse plano foi criado recentemente para oferecer uma segurança extra na operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) e garantir que não falte energia, mesmo com um excesso de oferta no país.
A medida será usada apenas se o ONS perceber que não há mais opções para equilibrar a geração feita por grandes usinas como as hidrelétricas, eólicas e solares centrais.
Esse plano foi desenvolvido após uma situação crítica em 10 de agosto, quando, devido à baixa demanda e alta geração renovável, especialmente solar ao meio-dia, o ONS precisou reduzir drasticamente a geração dessas fontes para manter o sistema estável.
Durante o intervalo das 13h às 13h30, a geração hidrelétrica foi reduzida e 98,5% da energia das fontes eólica e solar centralizadas foi cortada.
O ONS e o Ministério de Minas e Energia agora se preocupam com o consumo nas festas de fim de ano, quando muitas empresas fecham e o uso de energia diminui, mas as usinas eólicas e solares continuam produzindo conforme o sol e o vento disponíveis.
No momento, há maior chance de o plano ser ativado somente no dia 25. Para os dias 24, 26 e 28, o risco é baixo, identificado pelo sinal verde. O comportamento para a semana do Ano Novo também será monitorado com atenção.
Política Operativa
O ONS está buscando uma operação mais flexível das hidrelétricas. Por exemplo, a usina de Jupiá teve sua defluência reduzida para diminuir a obrigatoriedade mínima de geração, enquanto o reservatório de Pimental, em Belo Monte, está sendo regulado para diminuir a geração no Natal.
Crescimento da Demanda em Janeiro de 2026
A demanda por energia no Brasil deve atingir 84.582 megawatts médios em janeiro de 2026, um aumento de 1,6% em relação ao mesmo mês de 2025, segundo o ONS.
Não houve mudanças na previsão oficial do Plano Anual de Operação Energética feita pelo ONS, Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Na região Sudeste/Centro-Oeste, que é o maior consumidor, espera-se uma queda de 1,1% na demanda, devido a temperaturas mais amenas previstas.
No Sul, o consumo deve se manter estável, com leve queda de 0,1%. No Nordeste, a previsão é de aumento de 7,0%, e no Norte, um crescimento de 11,5%, impulsionado por um grande consumidor industrial e pela inclusão da interligação com Roraima.
Previsão para Fevereiro
A previsão para fevereiro continua a mesma: uma demanda média de 89.158 MWmed, ligeira queda de 0,1% comparado a fevereiro de 2025, que teve recorde devido a ondas de calor.
Nas regiões, o Sudeste/Centro-Oeste deve manter essa previsão com queda de 0,1%; no Sul, a expectativa é de redução de 5,6% no consumo; no Nordeste, aumento de 6,5%; e no Norte, crescimento de 10,8%.
Estadão Conteúdo

