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sábado, 06/09/2025

O que Lula quer com os atos do 7 de setembro este ano

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reúne ministros, membros das Forças Armadas e outras autoridades no desfile em comemoração ao 7 de Setembro, neste domingo (7/9), na Esplanada dos Ministérios. Em ano pré-eleitoral e sob o espectro do tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o ato assume um caráter mais político e pretende influenciar temas em análise no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal (STF).

Com o tema Brasil Soberano, o desfile cívico-militar deste ano será estruturado em três eixos: Brasil dos Brasileiros, que trata da defesa da soberania nacional; COP30 e Novo PAC; e Brasil do Futuro. Paralelamente, grupos de direita e esquerda se mobilizam nas ruas para defender, respectivamente, a soberania e a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Essa movimentação ocorre em meio ao julgamento do ex-chefe do Executivo, acusado no STF de liderar uma suposta tentativa de golpe de Estado. Segundo especialistas consultados, os atos do 7 de Setembro sinalizam o aquecimento para a disputa eleitoral vindoura, com potencial para beneficiar politicamente tanto Lula quanto Bolsonaro.

Brasil Soberano

  • O desfile será na Esplanada dos Ministérios neste domingo, a partir das 9h;
  • O evento terá três temas principais: Brasil dos Brasileiros; COP30 e Novo PAC; e Brasil do Futuro;
  • Participarão comandantes das Forças Armadas, ministros e outras autoridades;
  • Na noite anterior (6/9), Lula fará pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão.

Especialistas veem nos atos a oportunidade de influenciar a opinião pública e exercer pressão tanto sobre a Suprema Corte no julgamento de Bolsonaro quanto sobre o Congresso em relação à anistia.

O sucesso político de Lula, porém, dependerá da mobilização de seus apoiadores. Nesse sentido, Bolsonaro conta com vantagem, especialmente pelo respaldo de lideranças evangélicas.

Bolsonaro tem uma maior capilaridade graças à mobilização da igreja evangélica, liderada por Silas Malafaia. Este grupo representa 30% do eleitorado e se diferencia dos católicos, espíritas e outras vertentes, pois o eleitorado evangélico é muito coeso, com uma hierarquia eclesiástica unificada em torno de uma pauta única”, avalia o cientista político André Rosa.

Para Paulo Ramirez, cientista político da ESPM, as manifestações do 7 de Setembro transformaram-se em ferramenta política para as eleições do próximo ano. Enquanto a direita alinhada a Bolsonaro busca se reerguer em meio a enfraquecimento, o líder do PL cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto e não poderá participar diretamente.

“O 7 de Setembro terá grande significado por representar a tentativa da esquerda de retomar as ruas e conquistar apoio popular. Simultaneamente, observa-se a declínio da direita, pois apoiar a anistia hoje é visto como ser contra o Brasil, contra a soberania e até favorável ao tarifaço de Trump. A disputa será acirrada para ver quem mobiliza mais pessoas nas ruas”, ressalta Ramirez.

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