O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (18/09) que pretende classificar o movimento Antifa como uma ‘grande organização terrorista’, descrevendo-o como um ‘grupo radical de esquerda, perigoso e problemático’.
Ao longo dos anos, Trump responsabilizou os antifas por diversos episódios, incluindo confrontos com a polícia. Ele também, de forma equivocada, tentou associar o movimento à invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021.
Em sua rede social Truth Social, Trump afirmou que recomendaria uma investigação detalhada sobre quem financia o Antifa, reforçando seu discurso contra o movimento.
O Antifa é uma corrente política antifascista de esquerda que funciona como uma rede de grupos e indivíduos independentes, com ideologias semelhantes. Não se trata de uma organização centralizada, conforme um estudo do Serviço de Pesquisa do Congresso Americano de 2020.
Apesar da ameaça, os Estados Unidos não possuem uma lista oficial de ‘organizações terroristas domésticas’. Por isso, especialistas destacam que não é simples classificar o Antifa como tal, já que o movimento é doméstico e não pode ser incluído na lista de grupos terroristas estrangeiros do Departamento de Estado.
Donald Trump tem enfatizado que sua decisão visa a segurança dos cidadãos e que qualquer ato de violência relacionado ao Antifa será severamente punido, embora não tenha esclarecido os detalhes legais dessa designação.
Nos Estados Unidos, o Antifa é um movimento descentralizado composto por ativistas que se identificam como anarquistas, anticapitalistas ou comunistas. A falta de liderança formal torna incerto quem seria alvo da designação.
Trump já vinculou esse movimento a diversos episódios violentos, como os protestos após a morte de George Floyd em 2020, e tem manifestado o desejo de classificá-lo como um grupo terrorista.
Especialistas jurídicos alertam que tal classificação é difícil de aplicar, pode infringir a liberdade de expressão e que a adesão a uma ideologia, por si só, não configura crime.
O termo ‘antifa’ tem origem histórica na Alemanha, onde no início do século XX o Partido Comunista Alemão (KPD) estabeleceu a ‘ação antifascista’ como uma campanha contra o Partido Nazista.
Na atualidade, os membros do Antifa são conhecidos por se vestirem de preto e protestarem contra o racismo e a extrema-direita, usando por vezes táticas consideradas como legítima defesa.
Embora Donald Trump haja tentado rotular o Antifa como um movimento terrorista, o diretor do FBI, Chris Wray, afirmou em audiência que o Antifa representa mais uma ideologia do que uma organização formal.
Em resumo, o Antifa é um movimento antifascista de esquerda sem uma estrutura formal, que tem sido alvo de críticas e acusações, principalmente do ex-presidente Donald Trump, mas a sua caracterização legal como organização terrorista enfrenta obstáculos significativos.