O total de voos cancelados nos 40 aeroportos mais movimentados dos Estados Unidos alcançou 1,5 mil até o final do sábado (8/11). Na sexta-feira, quando o impacto do shutdown começou a ser sentido no tráfego aéreo, os cancelamentos eram em torno de 800.
Este problema é uma consequência direta da paralisação governamental mais longa da história americana.
Além dos cancelamentos, os passageiros enfrentam atrasos significativos. No segundo dia da redução das operações aéreas, 6,2 mil voos não decolaram no horário previsto.
A diminuição do tráfego aéreo coincidiu com o 39º dia do shutdown federal. A Administração Federal de Aviação (FAA) decidiu limitar 4% das operações nos aeroportos.
Se o shutdown persistir, a previsão é de que o número de voos cancelados aumente ainda mais, com operações reduzidas em até 10% até a sexta-feira seguinte (14/11).
As quatro maiores companhias aéreas do país — Delta, United Airlines, American Airlines e Southwest Airlines — cancelaram preventivamente centenas de voos programados para o fim de semana, afetando tanto a carga quanto passageiros e voos particulares.
Impactos da redução do tráfego aéreo
Devido ao shutdown, a equipe de controle de tráfego aéreo foi reduzida, com os funcionários que permanecem trabalhando sem receber salários. Autoridades da Casa Branca afirmam que a medida é preventiva para garantir a segurança do tráfego aéreo.
Segundo Bedford, representante da FAA, há relatos de controladores de voo trabalhando em condições de cansaço extremo.
O shutdown no governo dos EUA já dura 39 dias consecutivos. O impasse entre o presidente Donald Trump e o Congresso prejudica milhões de cidadãos, paralisa serviços federais e coloca em risco a economia da maior potência mundial.
Sem progresso nas negociações, republicanos e democratas continuam os embates, centrados em orçamento, saúde e benefícios sociais, refletindo o grave bloqueio político em Washington.
Linha do tempo da crise
- A paralisação começou em 1º de outubro, após o fracasso do Congresso em aprovar o orçamento federal.
- No dia seguinte, cortes no quadro de funcionários foram anunciados pela Casa Branca.
- Em 10 de outubro, Donald Trump afirmou a intenção de demitir muitos servidores que considerava alinhados ao Partido Democrata.
- Mesmo com uma decisão judicial impedindo novas demissões, o governo manteve os cortes, prevendo até 10 mil desligamentos caso a crise persistisse.
Sem pagamento
Com a paralisação, mais de um milhão de servidores federais continuam sem receber seus salários. Alguns são obrigados a trabalhar, enquanto outros estão em licença não remunerada, sem previsão de retorno.
Embora exista uma lei que garante pagamento retroativo após o fim do shutdown, o governo dos EUA ainda não confirmou se aplicará essa regra nesta situação.
Trabalhadores terceirizados, como profissionais de limpeza em museus e motoristas contratados, não possuem garantia sequer do pagamento retroativo.
