GABRIELA CECCHIN
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
O Nubank anunciou a demissão de dois funcionários por justa causa, acusados de planejar ataques aos sistemas internos da empresa, conforme comunicado oficial destinado à equipe.
Na última semana, o total de demissões por justa causa na fintech chegou a 14. As primeiras 12 dispensas ocorreram após uma discussão durante uma reunião online com cerca de 7.000 colaboradores, onde foram apresentadas mudanças no modelo de trabalho, que passará a ser híbrido, exigindo três dias presenciais por semana.
A empresa, que não comentou especificamente as novas demissões, comunicou que ameaças aos sistemas financeiros configuram crime federal e informou que as autoridades competentes foram acionadas para o caso. Além disso, destacou que o plano de sabotagem foi impedido com sucesso.
Essas novas demissões ocorrem em meio a negociações com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, que solicitou a suspensão das 12 primeiras demissões, argumentando que os trabalhadores têm o direito de expressar sua opinião sobre mudanças que impactam seu local de trabalho, especialmente aqueles que residem longe dos escritórios da fintech.
O sindicato programou uma reunião com os funcionários para debater os acontecimentos.
No início deste mês, o Nubank alterou seu regime de trabalho presencial, de uma semana presencial por trimestre para três dias presenciais por semana, com o objetivo de fortalecer a cultura corporativa, estimular a inovação e acelerar resultados.
O CEO David Vélez, atualmente baseado no Uruguai, planeja se mudar para um país com escritório da empresa para acompanhar essas mudanças de perto.
Atualmente, o Nubank possui três escritórios em São Paulo, e outros na Cidade do México e Bogotá. Além disso, mantém espaços dedicados a networking e capacitação (hubs de talentos) em Montevidéu, Berlim e Durham.
Novos escritórios estão planejados para cidades como Campinas, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Buenos Aires, além de regiões nos Estados Unidos como Washington, Miami e Palo Alto.
A empresa conta atualmente com 9.500 colaboradores, embora não divulgue a distribuição por região.
Alguns funcionários demonstram insatisfação com as mudanças, especialmente aqueles que precisam adaptar planos pessoais devido às exigências de trabalho presencial.
Além disso, um grupo foi criado no Telegram para discutir as demissões e possíveis ações futuras.
Em comunicado anterior, o Nubank afirmou que não comenta casos individuais de desligamento, mas ressaltou que mantém canais abertos para diálogo e não tolera desrespeito ou quebra de conduta.
