Um grupo recente de integrantes do PL, composto por políticos estreantes e influenciadores conservadores que pretendem concorrer em eleições futuras, tem expressado insatisfação nos bastidores e ameaça deixar a legenda. Eles criticam Valdemar Costa Neto, presidente do partido, por sugerir um suposto planejamento de golpe de Estado, causando frustração, especialmente porque o grupo insiste na anistia. Agora, aguardam a decisão da liderança sobre a remuneração do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Este grupo sustenta que o PL deve continuar pagando o salário ao atual presidente de honra, mesmo que ele seja encarcerado. Caso o pagamento seja cortado, eles prometem deixar o partido. Eles veem o corte como uma falta de respeito ao ex-presidente, a quem atribuem o crescimento do partido na eleição de 2022, quando cerca de 100 deputados foram eleitos. Outro motivo para possível saída é o apoio antecipado a qualquer pré-candidato sem o aval do líder atual da direita.
A declaração de Valdemar que causou a insatisfação ocorreu em 13 de setembro durante um evento político: “Houve um planejamento de golpe, mas nunca houve o golpe efetivamente. A lei brasileira estabelece que planejar um crime, sem execução, não é punível. O golpe não configurou crime”.
Após repercussão negativa, ele se retratou: “Minha fala foi mal interpretada. Jamais afirmei que existiu planejamento ou tentativa. Foi apenas uma hipótese no campo da imaginação, que nunca aconteceu. Luiz Fux, ministro do Supremo, também confirmou isso”.
Condenação
Bolsonaro recebeu sentença de 27 anos e 3 meses de prisão pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) em 11 de setembro, por maioria de votos. A corte entendeu que ele e outros sete envolvidos cometeram crimes como organização criminosa e tentativa de golpe.
Resumo das condenações:
- Jair Bolsonaro: apontado pela Procuradoria-Geral da República como líder do grupo, responsável por planejar manter-se no poder após derrota eleitoral.
- Alexandre Ramagem: acusado de espalhar notícias falsas sobre fraude eleitoral.
- Almir Garnier Santos: ex-comandante da Marinha, teria disponibilizado tropas para a trama.
- Anderson Torres: ex-ministro da Justiça, guardava minuta de decreto para anular eleições.
- Augusto Heleno: ex-ministro, participou de transmissão questionando urnas eletrônicas.
- Mauro Cid: delator e ex-assistente de Bolsonaro, esteve presente em reuniões e troca de mensagens sobre o golpe.
- Paulo Sérgio Nogueira: ex-ministro da Defesa, apresentou decreto de intervenção para comandantes militares.
- Walter Braga Netto: único preso; acusado de financiar acampamentos golpistas e planejar ataque contra Alexandre de Moraes.