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terça-feira, 12/08/2025

Novos estudos ligam remédios GLP-1 a problemas nos olhos

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Dois estudos recentes mostraram uma possível ligação entre medicamentos usados para tratar diabetes e emagrecimento e problemas oculares. As pesquisas, publicadas na revista Jama Network Open, foram conduzidas por pesquisadores da Case Western Reserve University e do Lahey Hospital & Medical Center, ambos nos Estados Unidos.

Esses estudos analisaram dados de milhões de pessoas com diabetes tipo 2 e identificaram um risco maior de problemas no nervo óptico e na retina em usuários dos chamados agonistas do receptor do GLP-1, uma classe de remédios que inclui a semaglutida e a tirzepatida.

Diabetes tipo 2

O diabetes tipo 2 é uma condição crônica caracterizada pela resistência à insulina e aumento do açúcar no sangue. Essa doença é mais comum em adultos e está frequentemente associada à obesidade e ao envelhecimento. Os sintomas principais incluem sede excessiva, urinação frequente, cansaço, visão turva, feridas que demoram a cicatrizar, fome constante e perda de peso sem motivo aparente. O tratamento combina medicamentos que ajudam a controlar o açúcar no sangue e, quando necessário, o uso de insulina. Mudanças no estilo de vida, como dieta saudável e exercícios regulares, também são essenciais.

Resultados dos estudos

O primeiro estudo avaliou registros de saúde de mais de 1,5 milhão de pessoas com diabetes tipo 2 sem problemas oculares prévios. Os participantes foram divididos em dois grupos equilibrados em termos de idade, sexo e outras características: um que utilizava semaglutida ou tirzepatida, e outro que usava outros medicamentos para diabetes. Cada grupo tinha 79.699 pessoas, acompanhadas por até dois anos.

Os resultados mostraram que quem usava os medicamentos da classe GLP-1 teve maior risco de desenvolver neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica (NOIANA) e outros distúrbios do nervo óptico. Ainda assim, o risco absoluto foi baixo, com 35 casos no grupo que usou semaglutida ou tirzepatida (0,04%) e 19 casos no grupo controle (0,02%). Os pesquisadores destacam a importância de acompanhar de perto esses pacientes.

O segundo estudo analisou mais de 185 mil pessoas com diabetes tipo 2 que receberam pelo menos duas receitas de agonistas do GLP-1 com intervalo mínimo de seis meses entre elas. O estudo encontrou um risco ligeiramente maior de desenvolver retinopatia diabética, uma complicação que pode causar perda da visão. No entanto, entre aqueles que já tinham retinopatia, não houve agravamento significativo das formas severas da doença.

Apesar desse aumento discreto no risco, os pesquisadores recomendam que pacientes com diabetes tipo 2 que usam esses medicamentos façam exames oftalmológicos regulares para detectar possíveis problemas precocemente.

Essas medicações são importantes para controlar o diabetes e a obesidade, mas médicos e pacientes devem estar atentos a sinais de alterações na visão para garantir um tratamento seguro e eficaz.

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