28.5 C
Brasília
segunda-feira, 23/06/2025




Novo supertelescópio digital começa a funcionar

Brasília
nuvens dispersas
28.5 ° C
28.5 °
27.8 °
34 %
3.6kmh
40 %
seg
28 °
ter
25 °
qua
28 °
qui
26 °
sex
27 °

Em Brasília

Foi inaugurado nesta segunda-feira, 23, o importante projeto astronômico chamado Legacy Survey of Space and Time (LSST), conduzido pelos Estados Unidos com a participação do Brasil.

O supertelescópio está instalado no Observatório Vera C. Rubin, no Chile, e fará milhões de fotos em alta definição do céu do Hemisfério Sul ao longo dos próximos dez anos.

Com um espelho de oito metros de diâmetro, esse telescópio possui a maior câmera digital do mundo – uma impressionante câmera de 3,2 gigapixels, do tamanho de um Fusca e pesando três toneladas.

Este equipamento vai capturar mais de 200 mil imagens por ano, prometendo transformar a forma como investigamos o cosmos.

As primeiras imagens já divulgadas mostram a região da galáxia M49 no aglomerado de Virgem, a aproximadamente 50 milhões de anos-luz da Terra, além da dupla de nebulosas Trífida e Lagoa na Via Láctea.

Aaron Roodman, líder do projeto LSST, declarou ao canal ABC, dos EUA: “Pretendemos criar um filme colorido de todo o céu do Hemisfério Sul”.

O projeto permitirá avanços no estudo da energia escura, que compõe a maior parte do universo, e de outros corpos celestes pouco conhecidos.

Estima-se a descoberta de pelo menos 17 bilhões de estrelas e 20 bilhões de galáxias, além de outros objetos difíceis de observar com equipamentos tradicionais.

Roodman complementou: “Buscaremos entender a energia escura e a matéria escura, além da formação das galáxias. Também investigaremos a nossa própria galáxia e seu conteúdo escuro, assim como o Sistema Solar”.

O Brasil contribui processando parte das imagens no Centro Independente de Acesso a Dados (Idac), localizado em Petrópolis, no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), que opera o supercomputador Santos Dumont.

O astrônomo Luiz Nicolacci, coordenador do centro brasileiro, destacou: “Este projeto é uma janela para um universo ainda pouco explorado, mudando completamente nossa forma de estudar os céus do hemisfério sul”.

O Idac terá que lidar com uma quantidade inédita de dados: 37 bilhões de objetos celestes catalogados e centenas de petabytes ao longo de uma década — mais informação do que toda a adquirida pela humanidade até hoje.

A participação brasileira envolve cerca de 170 pesquisadores em 25 instituições. Segundo o acordo com os EUA, o Brasil deverá armazenar pelo menos 5 petabytes de dados, manter um banco com 500 terabytes e atender simultaneamente 50 usuários, além de desenvolver softwares de análise em tempo real.

Nicolacci resumiu: “Essa é uma grande oportunidade que esperamos há duas décadas”.




Veja Também