José Jeri assumiu hoje a presidência do Peru de forma interina, conforme a sucessão constitucional, declarando seu compromisso de liderar um governo de transição. Em seu primeiro discurso, destacou que o principal inimigo do país são as quadrilhas e organizações criminosas, contra as quais deve-se guerrear.
O político, pertencente ao partido de centro-direita Somos Peru desde 2021, foi eleito presidente do Parlamento em julho e permanecerá na presidência até 26 de julho de 2026, período durante o qual organizará novas eleições gerais em abril.
O Parlamento peruano aprovou a destituição de Dina Boluarte, de 63 anos, sob a acusação de incapacidade moral permanente, em uma sessão na qual ela não compareceu. Como resultado, Boluarte perdeu sua imunidade e pode enfrentar processos judiciais, incluindo prisão.
Em seu discurso transmitido pela TV do país, Dina Boluarte defendeu sua gestão, afirmando que sempre considerou o bem-estar dos mais de 34 milhões de peruanos.
A instabilidade política no Peru é histórica, com sete presidentes em menos de nove anos. O período de mandato de Dina Boluarte foi marcado por diversas crises, inclusive a repressão de manifestações que resultaram em dezenas de mortes e escândalos como o ‘Rolexgate’ e cirurgias estéticas não informadas oficialmente.
Recentemente, protestos intensos e uma onda de crimes como extorsões e assassinatos abalaram a capital, Lima. Um ataque a tiros contra um grupo musical na cidade, que deixou cinco feridos, está sob investigação quanto ao envolvimento com esses crimes.
Na mesma atmosfera de insegurança, a deputada Norma Yarrow, do partido Renovación Popular, denunciou que a população vive com medo constante.
Além disso, ex-presidentes como Alejandro Toledo, Ollanta Humala e Pedro Castillo enfrentam prisões e detenção em processos por corrupção e tentativas de golpe, refletindo a complexidade da situação política peruana.