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segunda-feira, 29/09/2025




Novo julgamento sobre queda do avião entre Rio e Paris após 16 anos

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O Airbus A330 despencou no Oceano Atlântico na noite entre 31 de maio e 1º de junho de 2009, enquanto realizava o trajeto do Rio de Janeiro para Paris. Os sensores Pitot, responsáveis por medir a velocidade da aeronave, congelaram, ocasionando a perda de controle e o acidente por falta de sustentação.

Em abril de 2023, o Tribunal Correcional de Paris absolveu em primeira instância a Air France e a Airbus da acusação de homicídio culposo. Embora tenham sido identificadas falhas e responsabilidade civil por parte das companhias, não houve comprovação direta de que essas falhas causaram a queda. A Procuradoria-Geral francesa apresentou recurso contra a decisão.

O relatório da BEA, órgão francês de investigação de acidentes aéreos, também atribuiu a tragédia a uma manobra incorreta do piloto, após diversos problemas técnicos.

No processo, a Airbus é acusada de não substituir os sensores com defeito, mesmo ciente dos riscos, e de não informar a Air France sobre o problema. Já a Air France é responsabilizada pela falta de treinamento adequado dos pilotos para enfrentar esse tipo de pane. Ambas as empresas negam as acusações.

Claire Hocquet, advogada do Sindicato Nacional dos Pilotos e viúva de um dos pilotos mortos, destacou que sem a consideração desses elementos, não será possível manter a responsabilidade penal em acidentes complexos como esse.

Dentre as 489 famílias envolvidas no processo, 281 participam do julgamento em segunda instância.

Alain Jakubowicz, advogado de cerca de 50 famílias, afirmou que os pilotos não estavam preparados para falhas nos sensores Pitot, pois na época a possibilidade deste tipo de pane era considerada tão remota que não havia treinamento específico.

Corpos e destroços foram encontrados poucos dias após o acidente, mas as caixas-pretas só foram localizadas dois anos depois a quase 4 mil metros de profundidade.

Ophélie Toulliou, que perdeu o irmão Nicolas no acidente, disse estar exausta após 16 anos de espera, mas satisfeita com o novo julgamento, que representa uma chance de conseguir sanções para as empresas envolvidas.

Danièle Lamy, presidente da associação Entraide et Solidarité AF447 e que também perdeu um filho na tragédia, comentou que os sensores já deveriam ter sido trocados pela Airbus, já que a fabricante Thalès sabia que eles se tornavam inoperantes após 10 mil horas de uso, e os equipamentos do voo afetado tinham 19 mil horas.

O julgamento segue até 27 de novembro, com possibilidade de multas simbólicas para as empresas em até 225 mil euros, cerca de 1,4 milhão de reais. A maior parte das famílias já foi indenizada.




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