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quarta-feira, 16/07/2025

Novo exame identifica idade real dos órgãos

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Nem sempre a idade mostrada na certidão reflete a condição verdadeira do corpo. A idade cronológica corresponde ao tempo passado desde o nascimento, mas a idade biológica indica o estado real dos órgãos e tecidos, sendo uma medida mais fiel do envelhecimento e do risco de doenças.

Pesquisadores da Stanford University School of Medicine, nos EUA, criaram um exame sanguíneo que mede a idade dos órgãos. O estudo foi publicado em 9 de julho na revista Nature Medicine. Segundo Tony Wyss-Coray, professor de neurologia e coautor do artigo, essa ferramenta pode avaliar a idade de um órgão e prever a possibilidade de doenças associadas a ele em até 10 anos.

A idade biológica elevada está ligada a maiores riscos de doenças crônicas como diabetes, hipertensão, ansiedade, depressão e pode aumentar a chance de mortalidade precoce. Estilo de vida, genética e ambiente influenciam essa idade.

A equipe analisou amostras de sangue de mais de 44 mil pessoas, utilizando tecnologia avançada para mensurar proteínas específicas de órgãos como cérebro, coração, rins e fígado. Com isso, desenvolveram um algoritmo que calcula a idade biológica de 11 órgãos e sistemas, comparando níveis proteicos individuais com médias da mesma faixa etária. Um órgão pode ser classificado como “extremamente envelhecido” ou “extremamente jovem” conforme o desvio padrão dos dados.

Os resultados mostraram que cerca de um terço dos voluntários tinha ao menos um órgão com idade biológica muito diferente da cronológica e uma em cada quatro pessoas apresentava múltiplos órgãos com envelhecimento acelerado ou atraso na idade. Um cérebro envelhecido aumentava em 3,1 vezes o risco de Alzheimer, enquanto um órgão jovem oferecia 4 vezes mais proteção. Além disso, a mortalidade aumentava significativamente para quem apresentava cérebro envelhecido nos anos seguintes.

Essa tecnologia promete permitir intervenções precoces para prevenir doenças antes que os sintomas apareçam, considerando fatores como dieta, estilo de vida e medicamentos. Espera-se que o exame esteja disponível comercialmente em poucos anos. Tony Wyss-Coray ressalta que o objetivo é mudar o foco da medicina do tratamento de doenças para a promoção da saúde e prevenção.

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