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sexta-feira, 22/11/2024
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Nova tecnologia melhora qualidade de vida de deficientes visuais

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Câmera inteligente desenvolvida em Israel reconhece textos, produtos e pessoas. Preço de R$ 14.900 no Brasil ainda é empecilho à popularização

Dispositivo OrCam MyEye (//Divulgação)

Imaginar uma tecnologia capaz de “ler” placas de rua, livros, revistas, telas de smartphones, itens de um cardápio e, assim, oferecer independência aos quase 7 milhões de brasileiros com deficiência visual já é possível.

Trata-se do OrCam MyEye: um dispositivo de visão artificial disponível há quase seis meses no país. Desenvolvido pelos israelenses Amnon Shashua, professor da Universidade de Jerusalém e  por Ziv Aviram, empreendedor, a tecnologia é capaz de detectar todo e qualquer tipo de objeto no campo de visão de uma micro câmera.

Acoplada às hastas de óculos e conectada a um aparelho que cabe no bolso, a câmera fotografa e escaneia tudo o que “vê”, transformando as informações em arquivos de áudio instantaneamente de forma que possa ser “lido” — o dispositivo retransmite a informação discretamente no ouvido do usuário por meio de um fone conectado. Todo o reconhecimento e comunicação acontece por meio de algoritmos de inteligência artificial e ocorre completamente offline, de modo que o usuário não dependa de conexão com a Internet.

 A startup israelense responsável pelo desenvolvimento do produto, a OrCam, já possui valor de mercado estimado em 1 bilhão de dólares e se prepara para realizar um IPO (oferta inicial de ações em bolsa) ainda sem data definida. A OrCam MyEye é o carro chefe da empresa, que promete uma nova geração do aparelho, ainda mais potente, para os próximos meses. A versão atual da tecnologia já conta com capacidades bastante inovadoras, como a habilidade de reconhecimento de até 100 rostos e 150 produtos previamente cadastrados pelo usuário.

“Hoje, há cerca de 350 milhões de pessoas cegas ou deficientes visuais ao redor do mudo. É uma tecnologia inovadora que irá permitir que estas pessoas trabalhem e tenham uma vida normal”, explica  Ziv Aviram.

Somente na Grande São Paulo, estima-se que haja pelo menos 1 milhão de pessoas com deficiência visual — apenas 4% delas, cerca de 40 mil, atuam no mercado de trabalho. “Já trabalhamos numa versão ainda melhor do dispositivo, com processador ainda mais rápido”, afirma o CEO da OrCam.

O israelense veio a São Paulo para inaugurar o Espaço de Leitura Bibliotech, o primeiro do Brasil 100% acessível a deficientes visuais, localizado no Unibes Cultural. O local foi totalmente equipado com dispositivos OrCam MyEye para permitir que deficientes visuais tenham acesso às cerca de 600 obras impressas do acervo.

Preço:
No Brasil, o OrCam MyEye é vendido por R$14.900. Segundo a empresa, o valor pode ser financiado em até 60 vezes por linha de crédito do Governo Federal destinada ao financiamento de tecnologias assistivas. A expectativa da empresa é que o valor caia à medida que a produção ganhe escala. “Como toda nova tecnologia, inicialmente, o custo tende a ser alto, mas esperamos que o preço seja reduzido ao longo do tempo”, afirma Aviram.

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