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domingo, 21/12/2025

Nova ponte será inaugurada entre Tocantins e Maranhão após um ano de transtornos

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LEONARDO VIECELI
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)

A nova ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, localizada na BR-226 e ligando os estados do Tocantins e Maranhão, será oficialmente inaugurada na próxima segunda-feira (22), um ano após o colapso parcial da estrutura anterior.

O acidente, que aconteceu em 22 de dezembro de 2024, causou a morte de 14 pessoas e deixou três desaparecidos, conforme informações da Marinha do Brasil, além de provocar grandes problemas logísticos na região.

Com a queda da ponte entre as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), o transporte pelo rio Tocantins precisou ser feito por balsas ao longo deste último ano. Esta solução temporária conectou novamente as cidades, mas causou longas esperas para os motoristas.

“Alguns caminhões enfrentam filas de até 16 horas, passando a noite toda esperando”, conta o empresário Tiago Wendler.

Tiago Wendler é dono de uma empresa que vende peças e acessórios para caminhões em Estreito. Segundo ele, fornecedores do Sul do país pararam de entregar mercadorias para o município maranhense.

Para facilitar o recebimento das cargas, Tiago abriu uma filial em Araguaína (TO) e buscou financiamento para manter o negócio durante a crise logística. “Não tivemos lucro este ano, só prejuízo, mas não demitimos ninguém e estamos confiantes que a nova ponte vai normalizar a situação”, afirma.

Em setembro, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou que o fluxo médio diário nas balsas era de aproximadamente 950 motocicletas, 1.150 carros e 350 caminhões.

O Ministério dos Transportes confirmou que o ministro Renan Filho participará da entrega da nova ponte, chamada oficialmente de nova ponte JK.

Com 630 metros de comprimento, a construção possui duas faixas de tráfego, acostamento, barreiras de segurança e uma passagem para pedestres. O governo federal investiu quase R$ 172 milhões na obra, realizada pelo Dnit.

Em dezembro, o Dnit comunicou que o projeto estava 95% concluído e a parte remanescente da antiga ponte foi demolida em fevereiro.

Desafios enfrentados pela população

A advogada Melissa Fachinello, assessora jurídica da associação comercial de Estreito (Acisape), destaca que muitas empresas fecharam ou mudaram suas operações devido às dificuldades logísticas.

“A população sofreu muito”, diz ela. “Muitas empresas estão no vermelho, mas eu permaneço otimista”, complementa.

O prefeito de Estreito, Leo Cunha (PL), relata que o impacto econômico foi imediato após a queda da ponte, prejudicando fortemente o comércio, que estava preparado para o Natal de 2024.

“Todos estavam prontos para as vendas, mas nada aconteceu, o que causou abalo na cidade. Esperamos uma recuperação a partir do Natal de 2025”, afirma o prefeito, ressaltando que a integração entre Aguiarnópolis e Estreito vai impulsionar a economia local.

Estreito possui cerca de 34,3 mil habitantes, segundo o IBGE, enquanto Aguiarnópolis tem aproximadamente 4.500 pessoas.

A prefeitura de Aguiarnópolis não respondeu aos pedidos por informações sobre os impactos da queda da ponte.

Causa provável do colapso

Em julho, a perícia da Polícia Federal indicou que a sobrecarga da antiga ponte pode ter sido a causa do desabamento.

O laudo aponta que o tráfego de veículos muito maior do que o previsto inicialmente, tanto em quantidade quanto em peso, contribuiu para o colapso.

A perícia também destacou que a resistência da estrutura estava comprometida devido à degradação do concreto e à falta de manutenção adequada.

Na inauguração da antiga ponte, caminhões típicos pesavam cerca de 20 toneladas, mas atualmente, veículos de até 70 toneladas são comuns.

Segundo os técnicos, o acúmulo desses veículos na ponte nos momentos anteriores ao desabamento acelerou o dano estrutural e pode ter levado à ruptura final.

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