Uma inovadora plataforma alimentada por inteligência artificial está transformando a forma como as doenças raras e condições crônicas são diagnosticadas cedo no Distrito Federal. Com o suporte da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), a Tamis-IA já está sendo testada em unidades básicas de saúde na Região Leste do DF, auxiliando diretamente cerca de 8 mil pacientes.
Esse sistema foi criado para reconhecer indivíduos com maior risco clínico, prevenindo internações sem necessidade, agilizando o processo de triagem e fortalecendo o atendimento básico de saúde. Além da tecnologia, seu impacto alcança a melhoria da qualidade de vida dos pacientes e a diminuição de gastos com internações e tratamentos complexos.
“Nosso objetivo é que essa tecnologia seja amplamente empregada no SUS, contribuindo para salvar vidas e otimizar os recursos públicos”, explica o idealizador do projeto, o médico Luiz Sérgio Fernandes de Carvalho. Ele acrescenta que o próximo passo é o registro da plataforma na Anvisa e a expansão para outras localidades.
Inicialmente nomeado “Peneira”, o projeto passou a ser chamado Tamis-IA por questões de marca. “Tamis” significa “peneira” em francês, preservando o conceito de triagem clínica, enquanto “IA” enfatiza o uso de inteligência artificial.
O funcionamento do sistema se baseia na análise de informações inseridas por profissionais da saúde ou extraídas de prontuários eletrônicos integrados a sistemas como e-SUS e MV. Quando o índice de probabilidade alcança 60% ou mais, o sistema gera alertas de risco e recomenda encaminhamentos para acompanhamento clínico ou diagnóstico mais profundo.
A Tamis-IA foi desenvolvida a partir da colaboração entre universidades e instituições científicas de renome, incluindo a Universidade Católica de Brasília (UCB), a Universidade de Brasília (UnB), Escola Superior de Ciências da Saúde (Escs), Hospital de Clínicas da Unicamp e a Secretaria de Saúde do DF (SES-DF). Participam médicos, cientistas da computação e especialistas em epidemiologia.
O projeto foi financiado pelo Edital Learning 2022 da FAPDF, que garantiu o suporte técnico e científico necessário. Segundo Leonardo Reisman, diretor-presidente da FAPDF, essas iniciativas demonstram como a ciência, a tecnologia e a inovação desempenham papel fundamental na transformação da saúde pública.
Além do apoio da FAPDF, o projeto foi beneficiado pelo programa Catalisa ICT do Sebrae, que forneceu capacitação em gestão, mentorias e suporte técnico para estruturar o modelo de negócios e implantação prática do sistema.
A segurança dos dados dos pacientes é prioridade máxima. A Tamis-IA adota rigorosos protocolos com anonimização, criptografia e controle de acesso, em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e normas específicas do setor de saúde.
Com a capacidade de ampliar o alcance da atenção básica e contribuir para um SUS mais eficiente, a plataforma Tamis-IA exemplifica como a ciência aplicada gera soluções concretas para enfrentar os desafios da saúde pública.
Informações fornecidas pela FAPDF.