A Unidade Básica de Saúde (UBS) 11, localizada em Ceilândia, inaugurou recentemente uma horta medicinal especial. Esse projeto, realizado em parceria entre a Secretaria de Saúde (SES-DF) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), já estabeleceu cerca de 30 hortas semelhantes no Distrito Federal. Essa ação é muito importante para melhorar a saúde da comunidade local.
O espaço será cuidado pela comunidade, especialmente pelos participantes do Projeto de Karatê, e vai além do simples cultivo de plantas. A ideia é combinar a prática de exercícios físicos e terapias naturais com o contato direto com a terra, recuperando conhecimentos antigos e fortalecendo a união entre as pessoas.
A gerente da UBS 11, enfermeira Karla da Silva, explica que o objetivo é unir a jardinagem e o uso de plantas medicinais com atividades que beneficiam o corpo e a mente, principalmente dos idosos. Ela destaca que muitos já cultivavam plantas em casa e sabem o valor dessas ervas para prevenir e cuidar da saúde. Agora, esse conhecimento será compartilhado e ampliado no ambiente coletivo da UBS.
Ações juntas para o bem-estar
Além da horta, a UBS oferece aulas de karatê três vezes por semana, ministradas por um sensei voluntário, e atividades físicas conduzidas por moradores do bairro. Atualmente, mais de 100 idosos participam dessas atividades regularmente.
Severina Maria do Carmo, 81 anos, conta que frequentar a UBS ajuda a se livrar do isolamento e da tristeza. Moradora da região por vinte anos, ela sofria com dores nas costas e joelhos e precisava usar bengala para andar. Após começar a participar das aulas, melhorou bastante.
Ela também destaca a importância do convívio social: “Ficar em casa é ruim, pois a gente acaba se sentindo para baixo. Aqui, conversamos, damos risadas, e agora teremos a horta. Eu adoro plantas e sempre usei mastruz e alecrim para cuidar da minha saúde.”
Maria Rocha, 76 anos, relata que desde janeiro recuperou sua mobilidade e energia. Ela se sentia ansiosa e com dores pelo corpo, mas agora consegue realizar tarefas que antes eram difíceis. Além disso, pretende ajudar a cuidar da horta com um grupo de amigas.
Prevenção que faz a diferença
A UBS 11 mudou sua forma de trabalhar desde que a enfermeira Carla assumiu a gerência há dez meses, percebendo que muitos procuravam a unidade apenas quando estavam doentes. Hoje, as ações de prevenção e promoção da saúde atraem moradores que buscam uma vida mais saudável.
Carla destaca que o horto e as atividades físicas ajudam a evitar doenças e reforçam o senso de comunidade. A UBS atende muitos idosos com necessidades sociais especiais e mostra que iniciativas simples podem transformar vidas, promover saúde e trazer alegria ao dia a dia.
Salvador Rodrigues da Silva, 82 anos, é um exemplo de que nunca é tarde para começar algo novo. Morador da região há 17 anos, ele iniciou as aulas de karatê na UBS 11 há pouco mais de um ano e também faz musculação.
Ele conta: “Cheguei aqui de bengala, por causa de uma dengue. Hoje, estou bem e consigo fazer tudo”. Salvador afirma que a rotina de exercícios melhorou sua disposição, equilíbrio e visão de vida. “O karatê me deu força, coordenação e vontade de sair de casa. Treinar, conversar e se animar fazem toda a diferença.” Ele também está entusiasmado para ajudar na horta.
Uma rede de hortas que cresce
A Rede de Hortos Agroflorestais Medicinais Biodinâmicos (Rhamb) tem agora 31 unidades. Em 2024, foram criadas 13 hortas novas, e outras três estão previstas para este ano. Desde 2023, cursos de capacitação são oferecidos anualmente para preparar 50 servidores a cada edição.
Desde 2018, a Rhamb é uma estratégia para descentralizar o cultivo de plantas medicinais e promover a saúde no Sistema Único de Saúde (SUS) do Distrito Federal. Essas hortas são diferentes porque são feitas junto com a comunidade e seguem princípios de agroecologia, agrofloresta e agricultura biodinâmica.
Dados fornecidos pela Agência Brasília.