Os bancos e instituições que usam o Pix lançaram uma nova ferramenta para ajudar a devolver dinheiro perdido em fraudes, golpes ou erros rapidamente. O Banco Central aprovou o funcionamento do MED Autoatendimento, conhecido como o “botão de contestação”.
Com essa ferramenta, o usuário pode contestar uma transação digitalmente, sem precisar ir ao banco ou ligar para atendimento. Basta abrir o app do banco, escolher a opção “contestar Pix” ou “solicitar devolução” e anexar provas, como prints e comprovantes.
O banco do suspeito tem os valores bloqueados e, junto com o banco do cliente, tem até sete dias para analisar o caso. Se confirmada a fraude, o dinheiro será devolvido. A resposta sairá em até 11 dias após a contestação.
Essa ferramenta não serve para problemas comerciais, arrependimento ou erro na digitação da chave Pix.
Antes, para recuperar o dinheiro, a pessoa precisava falar diretamente com um atendente, que encaminhava para a equipe antifraude. Segundo Paulo Condutta, coordenador da Comissão de Cibersegurança da Associação Brasileira de Bancos, o novo processo é muito mais rápido. “A velocidade é essencial para aumentar as chances de recuperar os valores bloqueados em caso de fraude”, explica.
O Banco Central criou o Mecanismo Especial de Devolução (MED) em 2020 para tratar esses casos. Agora, em breve, será possível solicitar estorno não só da conta fraudada, mas também de outras contas para as quais os golpistas tenham transferido o dinheiro, fortalecendo a proteção do sistema.
Paulo Condutta destaca que essas mudanças são novas ferramentas para combater os criminosos e proteger todas as instituições que possam receber valores de fraudes.
Essas medidas acontecem em um momento em que ataques cibernéticos ao sistema financeiro brasileiro têm aumentado, afetando especialmente fintechs e bancos menores. A Fitch Ratings alerta que, com a complexidade dos golpes, o tamanho da instituição pode ser menos importante que a segurança geral do sistema.
Para evitar fraudes, os bancos têm investido em comunicação e educação. A ABBC, por exemplo, lançou um site com orientações para prevenir golpes financeiros. Paulo Condutta ressalta que a tecnologia é um desafio, mas também uma ferramenta importante para reforçar a proteção dos bancos.
Estadão Conteúdo