Cynthia Donovan, uma nutricionista comprometida com hábitos saudáveis, ficou noiva e logo depois do anúncio do casamento intensificou suas dietas e atividades físicas para atingir o corpo ideal para o grande dia. “Passei a me exercitar mais, diminuir a alimentação e cortar calorias para alcançar o visual e o corpo que sempre desejei”, relata Cynthia em entrevista.
Motivada pelo casamento, ela tornou sua rotina mais disciplinada. No entanto, ao se dedicar aos treinos e à alimentação rígida, Cynthia percebeu que havia parado de menstruar. Inicialmente, atribuiu a ausência da menstruação ao uso anterior de anticoncepcionais, que havia interrompido após encontrar seu parceiro.
Após diversas consultas médicas, foi diagnosticada com síndrome do ovário policístico, mas mesmo com o tratamento, a menstruação não voltou. Este fato a fez questionar a possibilidade de infertilidade.
Estudos posteriores indicaram que Cynthia sofria de amenorreia hipotalâmica funcional (AHF), condição em que o hipotálamo suspende o ciclo menstrual devido ao baixo consumo calórico e à prática excessiva de exercícios.
A AHF causa a interrupção da ovulação, podendo levar à infertilidade e a outros problemas de saúde, como perda óssea, alterações cardiovasculares e distúrbios psicológicos, incluindo ansiedade e depressão. Essa condição geralmente é desencadeada por estresse psicológico, perda significativa de peso e exercícios físicos intensos.
Felizmente, a AHF é reversível se houver adequação alimentar com ganho de peso e controle da intensidade dos exercícios.
Aos 29 anos, Cynthia reformulou seus hábitos: aumentou a ingestão de alimentos e diminuiu os treinos, apesar da resistência inicial. Passou por tratamentos de fertilidade e, em 2016, deu à luz seu primeiro filho por inseminação intrauterina. Dois anos depois, em 2018, teve seu segundo filho naturalmente.
Cynthia Donovan destaca que a menstruação é um indicativo importante da saúde feminina e aconselha mulheres a procurarem orientação médica caso notem irregularidades. A ausência do ciclo menstrual pode refletir problemas nutricionais sérios, mesmo na ausência de transtornos alimentares evidentes.