Antes do anúncio do Prêmio Nobel da Paz de 2025 para María Corina Machado, líder da oposição ao regime autoritário de Nicolás Maduro na Venezuela, houve especulações intensas sobre a possível concessão do prêmio ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Essas especulações foram estimuladas em parte pelo próprio presidente, especialmente após a aprovação recente do seu plano de cessar-fogo na Faixa de Gaza.
Jørgen Watne Frydnes, presidente do Comitê Norueguês do Nobel, comunicou a escolha de María Corina Machado na sexta-feira (10/10), no Instituto Norueguês do Nobel, em Oslo. Ele explicou o motivo de Trump não ter sido agraciado.
“Ao longo da extensa história do Prêmio Nobel da Paz, testemunhamos campanhas, cartas e muitos esforços. Nosso comitê se reúne em um ambiente carregado de retratos de todos os laureados, repleto de coragem e integridade. Portanto, nossa decisão baseia-se exclusivamente nas contribuições e intenções conforme o legado de Alfred Nobel”, declarou Frydnes.
No final de setembro, Trump afirmou que seria um insulto para os Estados Unidos caso não recebesse o prêmio, declaração feita durante um discurso para centenas de generais na Base dos Fuzileiros Navais de Quantico, em Virginia.
“Será que eu vou ganhar o Prêmio Nobel? De jeito nenhum. Eles vão premiar alguém que não fez nada relevante. Mas vamos aguardar, seria um grande insulto para o país, eu digo isso. Não desejo o prêmio para mim, quero que o país conquiste”, enfatizou.
Trump alegava que merecia o prêmio por ter proposto resoluções para sete conflitos armados globais que, segundo ele, causam milhares de mortes. Ele destacou que nenhum chefe de Estado ou de governo até então havia alcançado tal feito, e frequentemente criticava a Organização das Nações Unidas (ONU) por não atuar com mais firmeza, mencionando que líderes das regiões afetadas não recebiam qualquer contato do órgão.
Especialistas esclarecem que o comitê costuma valorizar a perenidade da paz, a promoção da fraternidade internacional e o trabalho discreto de instituições que fortalecem estes princípios.
O Prêmio Nobel da Paz do ano anterior foi concedido a Nihon Hidankyo, um movimento popular de vítimas japonesas dos bombardeios nucleares, que há muitas décadas luta para manter a consciência sobre os riscos das armas nucleares.
Este prêmio é o único dos Nobel entregues em Oslo, na Noruega. Os outros prêmios, como os de Medicina, Física, Química e Literatura foram concedidos esta semana em Estocolmo, capital da Suécia.
A premiação inclui uma quantia de 11 milhões de coroas suecas, aproximadamente R$ 6,2 milhões.
Informações baseadas em dados da DW, parceiro do Metrópoles.