A laureada com o Nobel da Paz, María Corina Machado, descartou a ideia de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atuar como mediador no conflito atual entre a Venezuela e os Estados Unidos, em meio à ação norte-americana contra o tráfico de drogas na América do Sul.
“É surpreendente essa sugestão, pois após mais de um ano e com cinco reféns na embaixada argentina protegida pelo Brasil, o governo do presidente Lula não conseguiu sequer emitir cinco salvo-condutos”, declarou a Nobel da Paz no podcast venezuelano La Conversa.
“Depois de seis meses sem eletricidade na embaixada, não houve instalação de um fusível. Após mais de 15 meses solicitando documentos originais, o presidente Maduro não os entregou. Não sei o que o presidente Lula acredita que pode alcançar agora”, acrescentou.
María Corina, líder da oposição venezuelana, comentou sobre o episódio em que opositores ao regime de Nicolás Maduro buscaram abrigo na Embaixada da Argentina em Caracas, solicitando intervenção do presidente Lula para deixarem o país sob risco de prisão. Os refugiados foram posteriormente resgatados pelos Estados Unidos.
A Nobel da Paz criticou o presidente brasileiro por não oferecer apoio à oposição de Maduro e afirmou não entender como ele poderia mediar o conflito. Ela ainda ressaltou que a falta de apoio aos opositores indica que Lula “não se importa” com o povo da Venezuela.
“Não sei o que o presidente Lula pensa poder alcançar neste momento. É preocupante que ele mencione apenas os Estados Unidos e o regime de Maduro como partes do conflito. A parte mais importante está faltando: os venezuelanos. Será que, na visão do presidente Lula, os venezuelanos não importam?”, questionou.
Lula fala com Trump sobre Venezuela
Durante sua participação na cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) na Malásia, Lula propôs-se a desempenhar o papel de mediador no impasse entre os Estados Unidos e a Venezuela. O líder brasileiro acredita que a América Latina e a América do Sul devem ser regiões de paz e expressou sua disposição para ajudar a encontrar soluções que sejam aceitáveis para ambas as partes, mesmo diante da movimentação naval dos EUA próxima à costa venezuelana.
