O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, junto com vários integrantes de seu gabinete, reforçou em 16 de novembro sua resistência contra a formação de um Estado Palestino. As declarações ocorreram na véspera de uma votação do Conselho de Segurança da ONU, que analisaria um projeto de resolução americano relacionado a um plano de paz para Gaza.
“Nossa recusa em aceitar um Estado Palestino em qualquer região a oeste do rio Jordão é forte, justa e permanece inalterada”, afirmou Netanyahu no começo da reunião ministerial semanal, conforme vídeo oficial do governo. “Tenho rejeitado essas propostas por décadas, mesmo sob pressões internas e externas. Por isso, não aceito críticas, tuítes ou sermões de terceiros.”
Desde a noite anterior, diferentes ministros da coalizão israelense expressaram suas opiniões na rede social X, incluindo o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, e o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, ambos identificados com a extrema direita e colonos.
A manifestação deles veio após os Estados Unidos divulgarem comunicado de apoio a um projeto de resolução na ONU que prevê o possível estabelecimento de um Estado Palestino, com votação esperada para segunda-feira. O documento foi endossado por nove países: Catar, Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Indonésia, Paquistão, Jordânia, Turquia e EUA.
Este projeto faz parte de um esforço para concretizar um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, iniciativa promovida pelo então presidente americano, Donald Trump. O plano prevê também a instauração de um governo de transição e uma força de segurança internacional temporária no território Palestino. Versões anteriores desse plano não mencionavam a criação de um Estado Palestino.
Netanyahu enfrenta críticas internas. O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, cobra uma resposta mais dura à decisão de algumas nações ocidentais de reconhecer o Estado Palestino, pedindo publicamente uma reação firme que transmita ao mundo que Israel não aceitará tal Estado em seu território.
O ministro da Defesa, Israel Katz, manteve a posição clara do país, enquanto o ministro das Relações Exteriores, Gideon Saar, expressou no X sua discordância sobre a criação de um Estado Palestino que considerou associado ao terrorismo no coração de Israel.
O ministro Itamar Ben-Gvir foi além ao afirmar que a identidade palestina foi construída artificialmente, como uma fabricação.
