Após encontro com o chanceler alemão Friedrich Merz, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, expressou expectativa de avanços para dar continuidade ao acordo na Faixa de Gaza.
“Discutimos meios para acabar com o controle do Hamas em Gaza, concluímos a primeira etapa e agora esperamos avançar em breve para a segunda etapa, que é mais complexa”, declarou.
Ele reafirmou que, conforme o acordo inicial, o Hamas precisa devolver a Israel o corpo do último refém mantido na região, o israelense Ran Gvili.
A segunda etapa do plano, baseado na proposta do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, prevê o desarmamento do Hamas e a desmilitarização da Faixa de Gaza. O plano também propõe o envio de uma força internacional para a área palestina e a retirada do Exército israelense.
“No final do mês, terei discussões importantes para garantir o êxito dessa segunda fase”, acrescentou Netanyahu. Ele ainda mencionou uma terceira etapa, que envolve a desradicalização de Gaza, um processo que muitos julgavam impossível, mas que já foi alcançado na Alemanha e, portanto, pode acontecer em Gaza, desde que o Hamas seja desmontado.
Friedrich Merz afirmou que a Alemanha apoiará a reconstrução de Gaza e o restabelecimento da paz. “O Hamas não pode exercer qualquer papel em Gaza”, reforçou o chanceler alemão.
Visita diplomática e apoio alemão
Friedrich Merz chegou a Israel em 6 de dezembro para uma visita diplomática, sua primeira desde que assumiu o cargo. A visita visa fortalecer as relações entre Alemanha e Israel, afetadas pelas tensões geradas pela guerra em Gaza e pela violência de colonos extremistas na Cisjordânia.
Durante a visita, Merz encontrou-se com os ex-reféns Ziv e Gali Berman, que possuem cidadania dupla israelense e alemã e foram sequestrados durante o ataque do Hamas que iniciou o conflito em 7 de outubro de 2023.
O chanceler reafirmou o compromisso alemão com Israel, destacando que “Gaza não deve mais representar perigo para Israel”.
Plano internacional para Gaza
O plano americano contempla a criação de um Conselho de Paz, responsável pela transição administrativa em Gaza e pela implantação de uma força internacional temporária de estabilização, autorizada a usar todos os meios necessários para cumprir seu objetivo.
Desde o início da trégua, em 10 de outubro, o Hamas entregou os corpos de 27 reféns mortos e libertou 20 pessoas, em troca da soltura de cerca de 2 mil prisioneiros palestinos.
Embora os confrontos tenham diminuído, ainda há acusações mútuas entre Hamas e Israel sobre o respeito ao cessar-fogo.

