22.5 C
Brasília
domingo, 09/11/2025




Netanyahu dificulta acordo de paz em Gaza com discurso rígido

Brasília
nuvens quebradas
22.5 ° C
22.5 °
20.9 °
78 %
2.1kmh
75 %
seg
26 °
ter
25 °
qua
28 °
qui
28 °
sex
21 °

Em Brasília

Em sua viagem aos Estados Unidos, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, manifestou apoio ao plano de cessar-fogo na Faixa de Gaza apresentado por Donald Trump, nesta segunda-feira (29/9). Contudo, no cenário internacional, a postura de Netanyahu se caracterizou pela rigidez, ao ameaçar o grupo Hamas e responsabilizá-lo pelo genocídio na região palestina. O Metrópoles conversou com especialistas para analisar o impacto dessas declarações nas possibilidades de um acordo de paz.

Dias antes de se reunir com o presidente dos EUA, Donald Trump, Netanyahu declarou na ONU que o Hamas é uma “máquina de terror”, lembrando várias vezes do ataque ocorrido em 7 de outubro. Ele indicou que as ofensivas na Faixa de Gaza só seriam suspensas mediante a libertação dos reféns israelenses. O professor de Direito Internacional da Universidade Tuiuti do Paraná, Derek Assenço Creuz, explicou como tais discursos inflamados dificultam o avanço para um acordo.

“Esse discurso complica, não só pela retórica, mas pela firmeza da posição política adotada. Netanyahu rejeita qualquer reconhecimento de um Estado palestino, mantendo o cenário do cessar-fogo ainda muito distante. Seu discurso permanece inalterado desde o início do conflito, e até mais duro, insistindo no controle total da Faixa de Gaza e, em última análise, de todo o território palestino”, afirmou Creuz.

Contexto do conflito em Gaza

  • O ataque do Hamas em 7 de outubro agravou o confronto com Israel.
  • Mais de 1,2 mil pessoas morreram e israelenses foram sequestrados.
  • O Hamas alegou que o ataque visava proteger o complexo de Al-Aqsa e impedir a judaização de Jerusalém Oriental.
  • Israel respondeu com um cerco total à Faixa de Gaza, gerando uma crise humanitária na região.

Em Washington, Netanyahu reforçou sua ameaça ao grupo, afirmando que, caso o acordo não seja aceito, “Israel concluirá a missão sozinho”. Essa declaração acompanhou a ameaça feita na ONU de que, se o Hamas não depuser as armas, Israel os perseguirá.

Possíveis consequências do discurso

Creuz destacou que, se o Hamas recusar formalmente o acordo, o conflito pode aumentar, com maior envolvimento direto dos EUA, já que o presidente Donald Trump expressou total apoio a Israel para eliminar o Hamas, caso o acordo não seja cumprido.

Retórica para negar acusações de genocídio

Relatórios recentes da ONU indicam que Israel comete genocídio em Gaza. Porém, Netanyahu classificou essas acusações como falsas, argumentando que, se fosse verdade, Israel não pediria que civis se afastassem das áreas em conflito antes das ofensivas.

O primeiro-ministro também culpou o Hamas pela crise humanitária, afirmando que o grupo desvia alimentos distribuídos por Israel, vendendo-os a preços altos para sustentar sua máquina de guerra. Creuz comenta que, ao transferir a culpa para o Hamas, Israel tenta melhorar sua imagem e mostrar-se como vítima, reforçando seu controle sobre Gaza.

Proposta de cessar-fogo

O plano de paz apresenta 20 pontos visando transformar a Faixa de Gaza em um território livre de terrorismo. Caso seja aceito, as Forças de Defesa israelenses se retirariam da região, e começariam as negociações para a libertação dos reféns.

Um dos pontos prevê anistia para os integrantes do Hamas após a devolução dos sequestrados e a entrega das armas.

Na Casa Branca, Donald Trump afirmou que Israel concorda com a proposta e deseja criar uma entidade para garantir a paz no Oriente Médio. Ele enfatizou que Israel tem seu apoio completo para enfrentar qualquer ameaça.




Veja Também