O primeiro-ministro do Catar, xeique Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al-Thani, declarou nesta quinta-feira (11/9) que o líder de Israel, Benjamin Netanyahu, eliminou qualquer possibilidade de esperança para os reféns israelenses ao atacar representantes do Hamas em Doha.
Al-Thani expressou sua decepção com Netanyahu, afirmando acreditar estar negociando com pessoas racionais, qualificando a ação israelense como cruel.
Ataque em Doha
Na terça-feira (9/9), o Exército de Israel realizou um ataque contra a sede política do Hamas em Doha, no Catar. Segundo as forças israelenses, o ataque foi cirúrgico e teve como alvo os líderes da organização considerada terrorista.
O exército afirmou que esses líderes foram responsáveis por dirigir ataques terroristas do Hamas durante anos e por coordenar o massacre ocorrido em 7 de outubro e a condução do conflito contra Israel.
Benjamin Netanyahu confirmou que Israel assumiu a responsabilidade total pelo ataque em Doha, visando membros da liderança do Hamas.
Reação do Catar
Xeique Mohammed bin Abdulrahman Al Thani garantiu que o Catar responderá às ações de Israel. Ele ressaltou que o ataque destruiu a confiança nas negociações sobre os reféns mantidos pelo Hamas em Gaza. O exército israelense informou que 251 reféns foram capturados por militantes palestinos em 7 de outubro de 2023.
“Eu estive reunido com familiares dos reféns na manhã do ataque. Eles depositavam suas esperanças na mediação para um cessar-fogo e não tinham outra alternativa”, afirmou o premier catarense em entrevista à CNN Internacional.
Ele também classificou o ataque como um ato de terrorismo estatal, mostrando indignação e sentimento de traição.
Negociações interrompidas
A presidência do Egito informou que líderes do Hamas estavam em Doha discutindo possíveis acordos de cessar-fogo com Israel quando o ataque ocorreu, o que representa uma violação clara do direito internacional, afetando a soberania e a integridade territorial do Catar.
Entre os que sobreviveram ao ataque está Khalil al-Hayya, um alto dirigente do Hamas responsável pelas negociações para o cessar-fogo na Faixa de Gaza.