O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou na terça-feira (14/10) sua confiança em iniciar uma nova etapa de paz após o acordo com o Hamas. No entanto, ele enfatizou que as condições apresentadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, são claras: o Hamas deve se desarmar e desmilitarizar-se — caso contrário, consequências severas ocorrerão.
“Decidimos dar uma oportunidade para a paz”, afirmou Netanyahu em entrevista à CBS, em Tel Aviv, um dia após a visita breve de Trump a Israel. O presidente republicano, que esteve no país para celebrar a primeira fase de um plano de paz com 20 pontos para Gaza, declarou que “o conflito chegou ao fim”.
De acordo com o primeiro-ministro, com os reféns vivos já liberados, o próximo passo é a desmilitarização. “Primeiramente, o Hamas precisa entregar suas armas. Em seguida, é necessário garantir que não existam fábricas de armas em Gaza, nem contrabando de armamentos. Isso é a desmilitarização”, explicou.
O Hamas recusou essa exigência. Trump respondeu com uma advertência: “Se o Hamas não entregar suas armas, nós o faremos. E isso ocorrerá rapidamente — e possivelmente de forma violenta.”
Netanyahu apoiou as palavras de Trump. “Espero que consigamos resolver isso pacificamente. Estamos preparados para qualquer cenário.”
O acordo de paz, mediado por Washington, estabelece a libertação dos 20 reféns israelenses vivos em troca de quase 2 mil prisioneiros palestinos detidos por Israel. O Hamas também devolveu os corpos de oito reféns mortos — quatro na segunda-feira e outros quatro na terça-feira —, porém, vinte corpos ainda não foram entregues.
O Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas, que representa os familiares das vítimas, solicitou a suspensão do plano “até que todos os corpos sejam recuperados”. Trump reconheceu que “nem todos os corpos foram encontrados”.
Essa troca é considerada um passo importante para finalizar o conflito de dois anos em Gaza e buscar uma paz duradoura na região. O plano inclui a retirada gradual das tropas israelenses de partes da Faixa de Gaza e o envio imediato de ajuda humanitária aos palestinos, que enfrentam fome e escassez de recursos.
Embora o documento trate de temas delicados como a administração pós-guerra, a criação de um Estado palestino e o futuro do Hamas, ele não define completamente essas questões.
Netanyahu ressaltou que sua disposição para a paz pode ser avaliada pelos Acordos de Abraão, que normalizaram as relações de Israel com quatro países árabes. “Temos uma chance para ampliar essa paz”, destacou. “Isso representaria o maior presente para o povo de Israel, para a região e para o mundo.”