Número ainda é baixo e a taxa de vacinação ainda é desigual entre os países de “alta renda” e os de “baixa renda”
Mais de três bilhões de doses de vacinas anticovid-19 já foram aplicadas em todo mundo – de acordo com um balanço da AFP atualizado nesta terça-feira (29/6) e com base em dados oficiais dos países, mas a distribuição geográfica segue muito desigual.
O planeta demorou 20 semanas para alcançar a marca de um bilhão de doses e seis semanas para os dois bilhões. A última barreira foi superada em menos de quatro semanas, o que demonstra a aceleração das campanhas de vacinação.
Quase 40% das doses (1,2 bilhão) foram administradas na China. Índia (329 milhões) e Estados Unidos (324 milhões) completam o pódio, ocupado justamente pelos três países mais populosos do mundo.
Levando-se em consideração os países com mais de um milhão de habitantes, o Oriente Médio tem os países com as maiores médias de vacinação: Emirados Árabes Unidos (153 doses para cada 100 habitantes), Bahrein e Israel, ambos com 124 doses. Nos três casos, as nações superam, ou se aproxima, de 60% da população completamente vacinada.
A lista se completa com Chile (118), Reino Unido (113), Mongólia (111), Uruguai (110), Hungria (107), Catar (107) e Estados Unidos (98), com um percentual de imunização que oscila entre 46% e 54% da população.
A União Europeia administrou 357 milhões de doses a 50% de sua população. Quase 32% dos habitantes do bloco estão completamente imunizados.
Os países mais populosos da UE – Alemanha, França, Itália e Espanha – estão na média, com quase um terço de suas populações totalmente vacinadas.
A China, que começou a campanha com ritmo moderado, é atualmente o país que vacina de maneira mais rápida, a 1,6% de sua população a cada dia na última semana.
Em seguida, aparecem Canadá (1,4%) e Bahrein (1,3%).
Países pobres ficam para trás
Embora a maioria dos países tenha iniciado a vacinação, especialmente graças ao mecanismo de solidariedade da OMS Covax, as grandes desigualdades persistem: os países de “alta renda” (segundo a definição do Banco Mundial) administraram a média de 79 doses para cada 100 habitantes, contra apenas uma dose nos países de “baixa renda”.
Enquanto muitos países ricos (Estados Unidos, Canadá, Israel, nações da UE) já estão vacinando os adolescentes, cinco países ainda não iniciaram suas campanhas de imunização: Tanzânia, Burundi, Eritreia, Haiti e Coreia do Norte.
E, entre os países pobres que já começaram a vacinar, alguns, sobretudo, na África subsaariana, estagnaram o processo por falta de fármacos.
Na África, foram aplicadas 3,6 doses para cada 100 pessoas, 11 vezes a menos que a média mundial (39).
América Latina e Caribe, região com mais mortes e contágios acumulados por covid-19, registra média de 37 doses para cada 100 habitantes de média.
Apesar do destaque de Chile e Uruguai no cenário internacional, outros grandes países da região, como Brasil (46), México (34), Colômbia (45) e Peru (22), têm ritmos mais lentos.
AstraZeneca, a mais utilizada
Apesar da polêmica que provoca, a vacina AstraZeneca/Oxford é a mais utilizada no mundo, aplicada em quase 80% dos países e territórios que vacinam (ao menos 171 de 216).
O fármaco anglo-sueco é administrado tanto nos países ricos – embora às vezes sofra a rejeição da população – como nos países pobres, graças, sobretudo, ao programa Covax, do qual é o principal fornecedor.
O laboratório supera as rivais Pfizer/BioNTech (ao menos 102 países), Sinopharm e Moderna (48), Sputnik V (41), Johnson & Johnson (31) e Sinovac (24).