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sábado, 20/12/2025

Mulheres líderes falam sobre desafios para igualdade na carreira

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Em Brasília

Nesta terça-feira (2), em Brasília, várias mulheres que lideram empresas no Brasil conversaram sobre a importância de combater a discriminação e a desigualdade de gênero e raça no trabalho. Elas contaram histórias que mostram como promover a igualdade pode trazer benefícios econômicos, financeiros e sociais.

Alessandra Souza, vice-presidente de Marketing e Comunicação de uma montadora multinacional, lidera uma equipe majoritariamente feminina, com mulheres de diferentes regiões e raças do Brasil. Com uma carreira de sucesso, ela lembra que no começo enfrentou dificuldades: “Eu sofria, de forma muito sutil, uma tendência a levar para uma masculinização da minha gestão”.

“Minha carreira melhorou quando parei de tentar ser algo que não sou. Parei de seguir padrões que não me ajudavam nem ajudavam a organização”, afirmou.

De forma similar, Ana Paula Repezza, diretora de negócio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, alcançou o auge da carreira ao voltar da licença maternidade, trazendo experiências adquiridas fora do ambiente corporativo.

“Nos tornamos líderes melhores quando aprendemos a equilibrar família e trabalho. Aprendemos a delegar, priorizar, confiar nas pessoas e, o mais importante, a enxergar outras mulheres do jeito que queremos ser vistas”, disse.

Política pública

Essas líderes atuam em empresas que participam da 7ª edição do Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça, uma iniciativa do governo para promover novas formas de gestão e combater a discriminação no ambiente de trabalho.

O programa, promovido pelo Ministério das Mulheres, reconhece as boas práticas com o Selo Pró-Equidade, certificando o compromisso das empresas com a igualdade entre homens e mulheres no trabalho.

O encontro destas mulheres fez parte de um seminário para apoiar e aprimorar ações nas empresas e discutir estratégias contra a desigualdade e discriminação, como revelado pelo 4º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios do Ministério do Trabalho, lançado em novembro.

O relatório mostrou que, em média, as mulheres ganham 21,2% menos que os homens. Considerando os salários médios das 54.041 empresas analisadas, as mulheres recebem R$3.908,76 e os homens R$4.958,43.

Construção

Atualmente, 88 empresas de todas as regiões do Brasil participam do Programa Pró-Equidade, buscando criar ações para enfrentar a desigualdade. Desde o início do programa, 246 empresas já se juntaram, com nove delas presentes desde a primeira edição.

Uma dessas empresas é a Caixa Econômica Federal, onde Glenda Nóbrega é gerente executiva de diversidade e inclusão. Ela acredita que essas iniciativas podem transformar a cultura das empresas e abrir mais oportunidades.

“Na minha trajetória, três coisas foram importantes: ter pessoas que me apoiaram, estar preparada para as oportunidades que surgiram e trabalhar em um ambiente favorável ao crescimento de mulheres, pessoas negras e pessoas com deficiência”, contou.

Tereza Cristina de Oliveira, diretora de administração da Embrapa Tabuleiros Costeiros, afirma que esses programas podem transformar pessoas e impactar a sociedade. Porém, as líderes também precisam quebrar barreiras e ajudar outras mulheres a crescer.

“Se não entendermos que as mudanças na sociedade dependem do nosso envolvimento, da nossa luta e das nossas escolhas, não estaremos fazendo nada para as transformações que queremos”. As informações são da Agência Brasil.

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