Mais de cinco mil mulheres indígenas de todo Brasil participaram, na manhã desta quinta-feira (7/8), da 4ª edição da Marcha das Mulheres Indígenas, realizada na área central de Brasília.
Puxada por um trio elétrico sentido Esplanada, a caminhada começou às 10h no estacionamento da Funarte e chegou às 11h30 na Esplanada dos Ministérios, em frente ao Congresso Nacional, com três faixas do Eixo Monumental interditadas para o evento.
A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, a deputada Célia Xakriabá (PSL-MG) e a atriz Alessandra Negrini estiveram na linha de frente do movimento, segurando faixas, pedindo a demarcação das terras indígenas e protestando contra a destruição ambiental.
O foco principal foi o debate em torno do Projeto de Lei (PL) 2.159/21, conhecido como PL do Licenciamento ou, por críticos, PL da Devastação, que flexibiliza e simplifica o licenciamento ambiental no Brasil.
Durante o protesto, as mulheres indígenas entoaram a frase “Veta Lula”, solicitando que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, vete o projeto que, segundo os movimentos indígenas, representa ameaça à preservação ambiental e territorial.
Sônia Guajajara destacou a participação de 500 mulheres indígenas em uma sessão solene no Congresso Nacional e frisou a importância da luta contra projetos que possam prejudicar as terras indígenas. Ela ressaltou a necessidade de maior representação indígena na Câmara dos Deputados, mencionando a deputada Célia Xakriabá como exemplo.
Juhen Martins, jovem de 18 anos das etnias Guajajara de Maranhão, explicou que a caminhada visa preservar as terras indígenas e combater a violência contra os povos originários, pedindo mais segurança.
Nalme Amandau, de 24 anos e do povo Guarani Nhandevá de Santa Catarina, enfatizou a união das mais de 200 etnias presentes na marcha, fortalecendo tanto as mulheres quanto os povos indígenas em geral.
A Marcha das Mulheres Indígenas é o maior encontro de mulheres indígenas do Brasil, realizado bienalmente em Brasília (DF), sendo organizada pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) por meio da União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (UMIAB).
A mobilização teve início no dia 2 e vai até 8 de agosto, reunindo lideranças de povos originários de diversas regiões do país.
O lema escolhido pelo movimento foi reformulado para: “Nosso corpo é nosso território! Somos as protetoras do planeta pela restauração da terra!”