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sábado, 20/12/2025

Mulher vigilante diz que foi rendida por homem armado em roubo de arte em São Paulo

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PAULO EDUARDO DIAS e ANDRÉ FLEURY MORAES
FOLHAPRESS

Na manhã de domingo (7), na Biblioteca Mário de Andrade, ocorreu um roubo de obras de arte. A mulher que trabalhava como vigilante no local prestou depoimento à polícia nesta terça-feira, acompanhada de um advogado e representantes da empresa para qual trabalha.

A vigilante relatou que foi ameaçada por um homem armado durante o incidente. Outro homem teria sido o responsável por levar as obras de arte, que até agora não foram encontradas.

Um suspeito, Felipe dos Santos Fernandes Quadra, 31 anos, foi preso temporariamente por 30 dias conforme decisão da Justiça. A polícia ainda busca o segundo envolvido para tentar descobrir quem teria planejado o roubo.

De acordo com o especialista em segurança Alan Fernandes, que é conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a forma como o crime aconteceu demonstra que a Prefeitura de São Paulo não avaliou corretamente os riscos da exposição que tinha obras do artista francês Henri Matisse e do brasileiro Candido Portinari.

“A forma do roubo revela que havia muita fragilidade na segurança do lugar”, disse ele. Durante o crime, a dupla rendeu a vigilante, levou-a para uma sala e obrigou que entregasse os aparelhos de comunicação, enquanto um deles retirava os quadros das paredes. Não houve feridos nem disparos de arma de fogo.

A Secretaria de Cultura e Economia Criativa afirmou que a biblioteca conta com equipe de segurança e câmeras, cujas imagens foram entregues à polícia. No momento do roubo, 24 pessoas estavam fazendo a segurança do local.

Especialistas que trabalham com leilões estimam que as peças roubadas valem cerca de 4,5 milhões de reais, embora isso não garanta que os ladrões consigam vendê-las por este preço. A Secretaria ressaltou que as obras possuem seguro e, além do valor econômico, têm grande importância cultural, histórica e artística.

As obras faziam parte do acervo da cidade e estavam na exposição “Do Livro ao Museu: MAM São Paulo e a Biblioteca Mário de Andrade”, que terminou no domingo mesmo. O caso está sendo investigado pela 1ª Cerco (Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas).

O investigador Tadeu Chiarelli, professor da Escola de Comunicação e Artes da USP, afirma que o roubo foi provavelmente encomendado. Ele destaca que há muita preocupação com a venda dessas obras, especialmente as de Matisse, pois são muito raras.

“É difícil que alguém consiga expor essas peças em casa”, conclui.

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