Considerada fugitiva desde abril do ano anterior, o casal Rodrigo dos Santos Martins, 32 anos, e Yasmin Nadai Martins, 30 anos, agora está separado. Yasmin foi capturada pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) em solo alemão. Ambos são identificados como os chefes de três influenciadoras digitais do Distrito Federal, presas em uma ação da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord). Eles são acusados de integrarem um esquema envolvendo lavagem de dinheiro, tráfico internacional de entorpecentes e delitos contra a saúde pública.
Indiciada por fazer parte de organização criminosa, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas interestadual, entre outros crimes, Yasmin foi detida pela polícia alemã na cidade de Frankfurt em 18 de junho. Ela havia se mudado para a Europa com seu esposo pouco antes da operação ser deflagrada contra as influenciadoras em abril do ano passado.
Com essas informações, a Cord, com apoio da Polícia Federal, solicitou que o mandado de prisão fosse incluído na Lista Vermelha da Interpol (Red Notice), por meio do Escritório Central Nacional da Interpol em Brasília.
Yasmin mantinha um padrão de vida alto na Europa, residindo na Suíça. Conforme as investigações da PCDF, ela tinha um papel central no esquema ilícito, gerenciando os recursos advindos da venda de óleo de THC disfarçado em refis para cigarros eletrônicos e outros bens.
O casal envolvido no crime
A apuração revelou que, pouco antes da operação em abril de 2024, o casal estava próximo de obter a cidadania italiana. Eles teriam enviado grandes quantias de dinheiro para o exterior e convertido parte em bitcoins, dificultando o rastreamento pelas autoridades.
Discretos, não expunham sua vida nas redes sociais, mas viajavam com frequência para os Estados Unidos e países europeus. Evitavam usar aeroportos brasileiros para sair do país, preferindo voos domésticos até cidades fronteiriças para cruzar de carro para nações vizinhas.
As investigações
As influenciadoras foram recrutadas por uma rede internacional de tráfico de drogas para promover a venda de refis com extrato de maconha, contendo alto teor de THC, através de perfis no Instagram. A organização, liderada por Rodrigo e Yasmin, abria contas bancárias em nome de terceiros e utilizava empresas fictícias para lavar o dinheiro obtido com o tráfico. A operação cumpriu sete mandados de prisão e doze de busca e apreensão entre o Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo.
O grupo mantinha sites e perfis em redes sociais para a venda online dos produtos, alegando que eram medicamentos para várias doenças. Utilizavam números internacionais para contato via WhatsApp.
Foi então que entrou em cena o trabalho dos influenciadores digitais, contratados em todo o país para divulgar a comercialização das drogas em seus perfis no Instagram.